Depois de duas décadas em que os golpes de Estados foram relativamente raros, esses estão a registar um regresso não desejado.
Em 2021, houve seis golpes de Estado ou tentativas de golpe de Estado documentados no continente. O ano seguinte registou dois golpes de Estado no Burquina Faso e várias outras tentativas.
Os cidadãos temem o regresso a uma era em que o poder era tomado sob ameaça de uma arma, em vez de ser ganho nas urnas.
Cada golpe de Estado possui a sua própria história, mas certos padrões emergiram. A insegurança faz com que o medo e a ira se propaguem entre o público. As instituições democráticas fracassam ou um líder autocrático apega-se ao poder. A disciplina e o profissionalismo deterioram-se nas forças armadas.
Quando ocorre um golpe de Estado militar, aqueles que assumem o poder prometem um regresso à estabilidade e prosperidade.
Os eventos que se seguem são igualmente previsíveis. A instabilidade continua, os cidadãos sofrem e a possibilidade de um outro golpe de Estado torna-se mais provável.
À medida que os profissionais de segurança procuram reverter esta tendência, é importante começar por fazer uma introspecção.
Os golpes de Estado são muito menos prováveis quando as instituições mantêm altos padrões de profissionalismo. O ensino profissional militar fornece as bases para a prevenção de golpes de Estado. Um sistema de promoção baseado em mérito garante que os líderes militares mais qualificados cheguem ao topo. A formação em matérias de ética em todas as agências e escalões fornece aos soldados as ferramentas de que precisam para tomar as decisões certas.
Aprender da história também é importante. Quando se ensina aos soldados os valores da Constituição dos seus países e se demonstra a história prejudicial dos golpes de Estados no continente, eles podem ser menos propensos a seguirem esse caminho.
Alguns países estão a investir na educação. O Uganda e o Quénia abriram recentemente colégios ou universidades de defesa nacional. Uma outra foi planificada em Malawi. Estas instituições de ensino superior fornecem o apoio intelectual para a adesão ao Estado de Direito.
A história recente confirma o que há muito foi estabelecido: os golpes de Estado e outras transferências de poder não democráticas são uma calamidade nacional. Eles deixam os países mais pobres, mais isolados e instáveis. É de vital importância que homens e mulheres que servem os seus países o façam rejeitando os golpes de Estado e abraçando a ordem constitucional.
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