Pontos de Vista

Equipa do Comando Africano dos Estados Unidos

Investir no poder aéreo nunca é simples. Os orçamentos são reduzidos e as exigências vêm de várias direcções. As aeronaves são dispendiosas, difíceis de manter e requerem uma formação extensiva para serem utilizadas. Mas os países que fazem investimentos inteligentes descobrem que o investimento compensa.

Os países com transporte aéreo estratégico utilizam-no para responder rapidamente a crises internas e regionais. As forças aéreas com capacidades de informação, vigilância e reconhecimento podem identificar a localização dos inimigos e direccionar uma resposta terrestre ou aérea. As forças armadas que utilizam aviões de ataque ligeiro estão bem-adaptadas às operações de apoio aéreo próximo necessárias para derrotar as insurgências. 

Os países também estão a demonstrar que as parcerias podem reduzir os custos e alargar os benefícios do poder aéreo. 

Na Bacia do Lago Chade, os pilotos da Força Aérea Nigeriana, pilotando aviões de ataque ligeiro, estão a dizimar os acampamentos do Boko Haram, ajudando a Força-Tarefa Conjunta Multinacional a combater a insurgência. Os pilotos quenianos transportaram tropas do Sudão do Sul e do Burundi para a missão da Comunidade da África Oriental, na parte oriental da República Democrática do Congo. Os pilotos angolanos, da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, transportaram equipamento e tropas de países tão distantes como o Lesoto para ajudar a trazer a paz ao norte de Moçambique. 

O êxito destas parcerias está a suscitar esforços para as expandir. A União Africana e algumas das comunidades económicas regionais do continente estão a estudar formas de os mecanismos de partilha de transportes aéreos poderem disponibilizar transporte aéreo onde quer que seja necessário. Outras propostas apelam as nações a unirem recursos para comprar aviões que possam ser propriedade conjunta e operados e utilizados conjuntamente quando necessário. 

Os esforços regionais podem ir ainda mais longe com a criação de academias para formar pilotos e pessoal logístico. O aumento da partilha de informações pode ajudar as nações a desenvolverem uma melhor imagem das ameaças que atravessam as fronteiras. Os esforços continentais, como o Simpósio dos Chefes das Forças Aéreas Africanas, permitem que os líderes troquem ideias e desenvolvam soluções para os desafios continentais. 

Nenhuma força militar tem, por si só, os meios para responder aos complexos desafios de segurança do continente. Ao estabelecer parcerias para utilizar o poder aéreo de forma eficaz e eficiente, as forças aéreas podem ter um maior impacto e restaurar a segurança em algumas das regiões mais conturbadas do continente.

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