Obangame Express Prepara Habilidades da Segurança Marítima e Fomenta Cooperação

ADF STAFF
 

Membros das Forças Armadas Reais Marroquinas cortam o Golfo da Guiné em dois barcos de patrulha em alta velocidade. O seu destino: uma enorme embarcação no horizonte.

Eles chegam dentro de poucos minutos.

“Um por um, um por um,” um deles bradava enquanto subiam por uma escada, na lateral do navio, com as suas armas em punho.

A bordo, eles fizeram uma busca completa, procurando por contrabando e sinais de actividades ilícitas.

As forças marroquinas estavam a participar no Obangame Express 2023,

o maior exercício marítimo multinacional da África Ocidental e Central. O exercício anual de segurança marítima, patrocinado pelo Comando dos EUA para África (AFRICOM), começou no dia 23 de Janeiro.

 

Agora no seu 12º ano, o exercício é um dos três exercícios regionais, facilitados pela NAVAF, que oferece oportunidades para forças provenientes de todo o continente colaborarem, de modo a abordar as preocupações marítimas transnacionais.

 

Forças das Operações Especiais da Marinha Nigeriana realizam um exercício de decida de corda no Obangame Express 2023. SUBOFICIAL de 2ª CLASSE CAMERON EDY/MARINHA DOS EUA

“Isso irá, sem dúvidas, melhorar o Acordo de Comércio Livre Continental Africano assim como desenvolver uma economia azul sustentável, que certamente é o futuro do mundo,” Vice-Almirante da Marinha Nigeriana, Awwal Gambo, Chefe do Estado-Maior da Marinha, disse durante a cerimónia de abertura.

A Nigéria acolheu o exercício deste ano, com 31 países participantes, incluindo Angola, Benin, Cabo Verde, Camarões, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Libéria, Marrocos, Namíbia, República do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa e Togo.

O exercício reuniu 90 navios e 450 participantes, incluindo marinheiros, membros da guarda costeira, pessoal da aviação e soldados.

Realizado em todo o Golfo da Guiné e no sul do Oceano Atlântico, o exercício que teve a duração de uma semana também contou com a formação em matérias de operações de busca e salvamento, resposta médica para feridos, comunicação de rádio e técnicas de gestão de informação.

Embora a pirataria, o tráfico de drogas e o contrabando de armas constituam desafios no Golfo da Guiné, a região emergiu como um foco mundial da pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (INN), que rouba aproximadamente 2,3 a 9,4 bilhões de dólares anualmente de governos locais. O continente perde 11,5 bilhões de dólares anualmente para a pesca ilegal, de acordo com a Financial Transparency Coalition.

“Os problemas que enfrentamos hoje, com os quais lidamos neste exercício — combate ao tráfico de drogas, pirataria, (pesca) INN — estes são problemas globais,” Vice-Almirante da Marinha dos EUA, Thomas Ishee, comandante da 6ª Frota dos EUA, disse na cerimónia de abertura. “Partilhamos estas práticas porque não vivemos mais num mundo pequeno e fechado, onde podemos pensar apenas nos problemas das nossas próprias águas territoriais ou dos nossos próprios países.

 

MARINHA DOS EUA

À medida que o exercício se aproximava do fim, os oficiais nigerianos ofereceram uma visita guiada ao Centro de Formação Conjunto de Segurança Marítima daquele país, ao Comando Naval Ocidental, à Base Aérea Naval de Ojo e ao Esquadrão de Barco Especial.

A visita ofereceu conhecimentos sobre a abordagem multifacetada que a Nigéria e outros países utilizam no domínio da segurança marítima da região. A Nigéria recentemente lançou o seu Projecto Deep Blue, uma abordagem multissectorial para confrontar a pirataria no Golfo da Guiné. O projecto avaliado em 195 milhões de dólares reúne uma mistura de navios, aeronaves e drones para fazer a patrulha das faixas de navegação agitadas ao largo da costa da Nigéria. Identifica potenciais áreas problemáticas e responde rapidamente à pirataria.

O projecto e outros esforços regionais parecem estar a funcionar. Enquanto, em 2020, foram registados 81 incidentes de pirataria no Golfo, houve apenas 34 incidentes em 2021. Nos primeiros nove meses de 2022, houve apenas 13 incidentes registados, de acordo com o Projecto de Denuncia de Crime Organizado e Corrupção.

Durante a cerimónia de encerramento, Gambo disse que exercícios como o Obangame Express são muito importantes para ajudar as marinhas regionais e as guardas costeiras a abordarem os desafios contínuos de segurança marítima.

“Reunirmo-nos é um começo, permanecermos juntos é um progresso e trabalharmos juntos é um sucesso,” disse Gambo. “Estes são testemunhos poderosos sobre o compromisso firme … reforçando a segurança marítima a todos os níveis.”

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