Esquadrão do Barco Especial do Gana Sinaliza Uma Nova Era

EQUIPA DA ADF

O Esquadrão do Barco Especial (SBS) do Gana graduou o seu primeiro grupo de operadores que foram treinados 100% internamente.

Os oito novos graduados concluíram o rigoroso curso de seis meses e foram os únicos, numa turma de 25, a concluir com sucesso e receber os distintivos de forças especiais. Eles treinaram no Comando de Treinos Navais, em Nutekpor, aberto há dois anos. Eles agora irão juntar-se ao SBS, uma unidade das forças especiais de elite treinada para combater a pirataria e o tráfico e ainda realizar abordagem de navios opostos.

A criação de capacidade de treinos domésticos é uma grande parte do plano quinquenal de desenvolvimento do SBS daquele país, que foi criado em parceria com os EUA e o Grupo de Guerra Especial da Dinamarca, conhecido como Frogman Corps.

Major-General Thomas Oppong-Peprah, Chefe do Estado-Maior do Exército do Gana, profere um discurso, durante a cerimónia de graduação do SBS do Gana, no dia 15 de Setembro. MARINHA DO GANA

As unidades são particularmente importantes numa altura em que o Gana procura proteger as suas instalações offshore de petróleo e gás e o seu sector das pescas.

O Chefe do Estado-Maior do Exército, Major-General Thomas Oppong-Peprah, elogiou o SBS como sendo “profissionais silenciosos” e disse que se encontram entre os instrumentos mais flexíveis e úteis na caixa de ferramentas da segurança nacional daquele país, comunicou a revista Gana Peace Journal.

Eles operam no mar profundo e em zonas remotas, tomando decisões difíceis diariamente, em ambientes rigorosos, incertos e desestruturados,” disse Oppong-Peprah na cerimónia de graduação, no dia 15 de Setembro.

Criado em 2016, o SBS do Gana geralmente trabalha em conjunto com unidades tradicionais da marinha ou do exército. O Capitão-Tenente Seth Dzakpasu, comandante do SBS, disse que os potenciais membros do esquadrao são voluntários provenientes da Marinha do Gana, que foram seleccionados para participar no curso. O curso de Capacidades Operacionais Básicas é, disse ele, o mais difícil que existe nas forças armadas. É “desgastante” e “academicamente desafiador” preparar os formandos para operarem em ambientes de deserto, montanha, floresta, rios ou mar. Depois disso, existem cursos de acompanhamento intermediários e avançados ao longo da carreira de um operador para aprimorar as habilidades.

GHANA NAVY

“O curso do SBS é feito em fases,” disse à ADF, durante o Simpósio de Liderança de Infantaria Naval, decorrido em Dakar, Senegal, em Julho. “Foi concebido para primeiro condicionar os formandos para trabalhar em pequenos grupos e movimentar-se rapidamente, depois a outra fase desenvolve a sua forma de pensar, a forma de pensar para conhecer as possibilidades que uma unidade militar padrão pode achar que são impossíveis.”

O SBS cultiva habilidades de forças especiais como velocidade, segurança, surpresa e propósito, disse.

“Estes são os princípios que possibilitam que uma entidade pequena realize ataques que, tradicionalmente, deviam ser realizados por entidades maiores, por vezes, de tamanho três vezes maior e alcançar resultados,” disse.

Os anteriores graduados do SBS foram treinados com a ajuda da Nigéria. Uma parceria forte foi desenvolvida entre o SBS do Gana e os Serviços de Barco Especial da Nigéria, que assumiram um papel de liderança em alguns dos combates mais difíceis contra o terrorismo na Nigéria.

GHANA NAVY

Durante uma cerimónia de 2021 do curso de Capacidades Operacionais Básicas da Marinha Nigeriana, onde 10 nigerianos e nove ganenses graduaram, o Contra-Almirante da Marinha da Nigéria, Kamarudeen Lawal, disse que as relações entre os dois países foram solidificadas através de intercâmbios de formação.

“Gana e Nigéria são dois países que têm estado a operar em estreita cooperação. Já realizámos vários exercícios e treinos com oficiais do Gana. Na maior parte das nossas instituições de formação, temos oficiais ganenses como professores e também temos nigerianos que estão a ensinar no Gana,” disse, de acordo com o jornal nigeriano, This Day. “Por isso, já fizemos muito e acredito que esta é apenas uma forma de continuarmos a fortalecer as nossas relações.”

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