Marco Camaronês Como um Lembrete das Antigas Batalhas

EQUIPA DA ADF

Na cidade de Goulfey, na região do extremo norte dos Camarões, uma torre de barro de 12 metros de altura é o lembrete de uma era passada.

O povo de Kotoko construiu a Torre de Goto-Goulfey cerca de 500 anos atrás. Fazia parte de um muro de fortificação que protegia a cidade de invasores e oferecia um ponto elevado de vantagem a partir do qual podiam observar a parte ao redor.

Hoje, a estrutura foi convertida num museu que conta a história da região com enfoque para o armamento e a estratégia de batalha utilizada para defender a cidade.

“Este museu constitui, acima de tudo, a história do principado Kotoko,” Abba Aba Kakaa, oficial de comunicações do museu, disse à EuroNews. “Esta estrutura foi criada há muito tempo e pode ser rastreada até às sociedades antigas.”

Muitas das armas antigas forjadas a partir do ferro são exibidas no museu.

“Nesta era não tínhamos armas para lutar contra os inimigos,” disse Abba Aba Kakaa. “Utilizávamos setas e arcos e lanças e qualquer coisa que pudesse servir como um porrete. Estas eram as nossas armas.”

Esse era o caso dos finais do Séc. XVIII quando o senhor de guerra sudanês, conhecido por Rabah, chegou para converter as pessoas ao islão, raptar escravos e fazer com que a região esteja sob o controlo do Império de Bornu. Ele enfrentou uma oposição feroz. Durante ataques como estes, todos os habitantes da cidade pegavam em armas.

“Quando de cima viram movimento e pessoas desconhecidas, souberam que vinham para guerra,” guia turístico do museu, Mahamat Abame, disse à EuroNews. “Os habitantes, por sua vez, pegaram em armas, passaram por aqui e foram atacá-los lá fora.”

Embora a violência contínua no norte dos Camarões faça com que seja difícil visitar, a estrutura foi submetida como parte de uma lista provisória para ser considerada um Património da Humanidade da UNESCO.

“A torre é uma obra-prima do génio da criatividade humana que claramente simboliza uma estratégia militar que possibilitou que estas pessoas antecipassem ataques por parte dos vizinhos,” lê-se na descrição da UNESCO. “A arquitectura militar permitiu a sobrevivência desta população em caso de várias guerras que surgiram na região durante os séculos passados.”

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