Rebeldes Fogem da Missão Conjunta Uganda-RDC

EQUIPA DA ADF

A operação Shujaa, que significa herói em Suaíli, está ter ganhos que oferecem esperança de que ela pode equipara-se ao significado do seu nome.

Depois de anos de terrorismo por centenas de grupos armados que vivem nas florestas densas, próximo da sua fronteira partilhada, o Uganda e a República Democrática do Congo (RDC) juntaram forças, no início de Novembro, para caçar os insurgentes islamitas conhecidos como Forças Democráticas Aliadas.

Dentro de duas semanas, a Operação Shujaa — combinando a Força de Defesa Popular do Uganda (UPDF) e as Forças Armadas da RDC (FARDC) — coordenaram esforços militares e colocaram os rebeldes em fuga.

Depois de estabelecer uma base operacional avançada em Mukakati, na província do Kivu do Norte, na região leste da RDC, a UPDF disse que a força conjunta lançou 13 ataques de artilharia e aéreos que destruíram seis pequenos acampamentos num anel defensivo de cerca de 19 quilómetros.

Os soldados libertaram dezenas de reféns congoleses e capturaram dezenas de militantes.

O porta-voz da UPDF, Tenente-Coronel Ronald Kakurangu, disse que os rebeldes estavam desarticulados quando fugiram daquela zona.

“Lançamos operações móveis conjuntas para certificar que rastreamos qualquer daqueles que sobrarem nos acampamentos, porque eles ficam a vaguear por todos os lugares,” disse à estação de televisão ugandesa NTV, no dia 23 de Dezembro. “Eles estão determinados a causar mais atrocidades.

“Ainda são capazes de produzir DEIs [dispositivos explosivos improvisados] e dispositivos explosivos pessoais. Eles ainda possuem a capacidade de atacar-nos. Mesmo uma pessoa entrando numa floresta densa com uma arma pode atacar uma aldeia. Isso já é suficientemente mau.”

Muito cedo pela manhã, no dia seguinte, as forças conjuntas capturaram a fortaleza e maior base dos rebeldes em Kambi Ya Yua.

A UPDF estimou que a sede de 3 hectares dos rebeldes era o abrigo do líder dos rebeldes e mais de 600 militantes. As provas de que o acampamento foi utilizado para planificar a radicalização e o treino incluem um laptop danificado, três painéis solares, literatura islamita radical e materiais para a produção de bombas.

Depois de visitar o acampamento, o Major-General da UPDF, Kayanja Muhanga, Comandante da Operação Shujaa, disse à imprensa que as suas forças tinham infringido um grande golpe contra os rebeldes e declarou que a operação conjunta iria entrar na sua segunda fase em que os soldados iriam perseguir os militantes a pé.

Muhanga inspirou as suas tropas com um discurso que foi captado em vídeo pela rede de difusão pública ugandesa, UBC.

“Deixem-me dizer-vos o que esta operação irá fazer — iremos atacar cada acampamento das [Forças Democráticas Aliadas], na região leste da RDC,” disse numa voz calma, mas intensa. “Devemos alcançar todos os lugares onde eles se encontrem. Iremos alcança-los a pé.”

Pelo menos 1.700 soldados ugandeses chegaram ao solo congolês desde o início da operação, juntamente com cerca de 100 viaturas, incluindo tanques e transporte para tropas.

Descrevendo o terreno como composto de matas fechadas, montanhas íngremes, florestas impenetráveis e numerosos corpos de água, Muhanga disse que os veículos pesados da UPDF não podiam avançar mais.

Apesar de estarem a fugir das forças conjuntas na região, os combatentes rebeldes continuam a atacar, raptar e matar civis em grandes números.

Acusadas dos recentes bombardeamentos em Uganda e de matar milhares de pessoas na região leste da RDC na década passada, as Forças Democráticas Aliadas possuem ligações com o Estado Islâmico.

Cidadãos de nacionalidade somali e chadiana estavam entre os rebeldes mortos pelas forças conjuntas na província de Ituri, da RDC, no dia 26 de Dezembro, de acordo com o porta-voz das FARDC.

No dia 11 de Janeiro, o porta-voz da Operação Shujaa, Major da UPDF, Peter Mugisa, disse que os rebeldes tinham abandonado os seus acampamentos na RDC e mudaram-se para as montanhas de Rwenzori, que abrange a fronteira entre a RDC e o Uganda.

Numa outra actualização, naquele mesmo dia, Mugisa disse que o exército congolês capturou um comandante principal das Forças Democráticas Aliadas, de nome Benjamim Kisokeranio, na cidade de Uvira, na província de Kivu do Sul, na RDC.

“Ele foi preso esta manhã quando atravessava vindo do Burundi,” Mugisa disse à imprensa, acrescentando que Kisokeranio teve ferimentos graves no ataque aéreo.

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