EQUIPA DA ADF
Uma doação dos EUA de três viaturas de tracção a quatro rodas ao Centro Médico do Ruanda ajuda os funcionários do sector de saúde do país a realizarem mais rastreamentos de contactos para conter a propagação da COVID-19.
As viaturas permitem que as autoridades da saúde tenham maior facilidade de acesso às pessoas que vivem nas zonas rurais do país. As autoridades ruandesas estabeleceram um sistema de rastreio de contactos pouco depois da confirmação do primeiro caso de COVID-19, naquele país, em Março.
Durante a cerimónia de entrega, Peter Vrooman, Embaixador dos Estados Unidos no Ruanda, conduziu com entusiasmo uma das viaturas para fora do parque de estacionamento do centro médico e pelas estradas da cidade, com três faixas de rodagem, antes de regressar.
Apresentando-se com uma máscara de protecção, Vrooman pulverizou a chave da viatura SUV com desinfectante, antes de entregá-la ao director-geral do centro biomédico, Sabin Nsanzimana, que ficou muito grato pela doação.
“Conforme eu disse antes: ‘As nossas vidas e as vossas vidas,’ e ‘A vossa vida é a nossa vida,’” disse Vrooman, em Kinyarwanda, uma das principais línguas do Ruanda. “Hoje dizemos: ‘Os nossos carros são os vossos carros!’”
A doação vem acrescer os 8,2 milhões de dólares dos EUA destinados à luta do Ruanda contra a COVID-19. Os EUA doaram recentemente 100 ventiladores, equipamento de protecção individual (EPI), camas hospitalares, desinfectante e outros itens de grande importância aos centros de tratamento da COVID-19.
Outras doações dos EUA ajudaram a aumentar a capacidade de diagnóstico e a biossegurança do laboratório, melhorar a vigilância a nível central e distrital, fortalecer os esforços de prevenção das infecções e ainda controlar as infecções respiratórias graves.
Os EUA investiram mais de 1,5 bilhões de dólares em esforços do sector de saúde pública do Ruanda nos últimos 20 anos.
“O apoio dos EUA ao sector de saúde pública ajuda a garantir a segurança de todos e está a fazer uma grande diferença na luta dos ruandeses contra a COVID-19,” disse Vrooman.
As taxas de infecção relativamente baixas do Ruanda são, em termos gerais, atribuídas às inovações médicas, à tecnologia de ponta e à resposta proactiva do seu governo.
Um mês depois de o vírus ter sido detectado, a Polícia Nacional Ruandesa destacou drones controlados remotamente para informar os residentes de Kigali sobre o vírus e fazer cumprir as medidas de confinamento obrigatório.
Com apenas um médico para cada 10.000 pessoas, o Ruanda foi o primeiro país africano a impor um confinamento obrigatório total que também encerrou as fronteiras do país. O país começou a testar a COVID-19 em viajantes em Janeiro.
A carência de máscaras cirúrgicas e de EPI a nível global fez com que muitas empresas ruandesas produzissem o seu próprio material. Wilfred Ndifon, do Instituto Africano de Ciências Matemáticas, no Ruanda, desenvolveu uma forma rápida, eficaz e barata de testar as pessoas por lotes para despiste do vírus.
Mesmo antes de ter confirmado o seu primeiro caso de COVID-19, o Ruanda criou lavatórios móveis e estações de lavagem das mãos em toda a cidade de Kigali para proteger-se do vírus.
“O Ruanda estabeleceu o padrão,” Diafuka Saila-Ngita, professor de doenças infecciosas da Universidade de Tufts, Massachusetts, disse ao The Wall Street Journal. “É um modelo daquilo que os outros países de baixa renda deviam fazer para responder melhor às emergências de saúde.”