Os Sintomas Comuns da COVID-19 Mudaram

EQUIPA DA ADF

Visto que o vírus que causa a COVID-19 teve mutações e evoluiu ao longo da pandemia, os seus sintomas também mudaram.

Uma pesquisa da Zoe Health Study, anteriormente conhecido como Estudo de Sintomas de COVID, demonstra como as variantes mudaram o impacto do vírus no organismo.

Durante as primeiras três vagas da doença no mundo, muitos pacientes experimentaram a perda de olfacto, a perda de paladar e o nevoeiro cerebral.

Agora, estes sintomas não se encontram entre os mais comuns.

O estudo da ZOE recebeu dados de mais de 4 milhões de pessoas que utilizaram o aplicativo do projecto para registar os seus sintomas. O estudo classificou os sintomas por prevalência até ao dia 20 de Outubro.

Dores de cabeça, dores na garganta, prurido nasal, febres e uma tosse persistente encontravam-se entre os cinco sintomas mais comuns.

“Anosmia (a perda de olfacto) vem na posição número 9 e a dificuldade de respirar vem muito abaixo na lista, na posição número 30, indicando que os sintomas, conforme foram registados anteriormente, estão a mudar com a evolução das variantes do vírus,” afirmou o estudo da ZOE.

Na África do Sul, o país mais assolado do continente, a variante Ómicron da COVID-19 trouxe algumas mudanças nos sintomas mais comuns dos pacientes, no final de 2021.

A Dra. Angelique Coetzee, uma médica de Pretória que trabalha no sector privado, esteve entre os primeiros no mundo a comunicar as mudanças de sintomas.

Ela atendeu 30 pacientes em 10 dias que experimentaram infecções semelhantes, mas não tinham nenhum dos marcos anteriores da doença, como a perda de olfacto ou de paladar.

“A queixa clínica mais predominante é fadiga severa por um ou dois dias,” Coetzee disse ao serviço de notícias da Reuters. “Juntamente com dores de cabeça e musculares.

“Os sintomas naquele estágio estavam muito relacionados com uma infecção viral normal.”

Desde que a Ómicron assolou o mundo, uma das suas subvariantes, chamada BA.5, tornou-se a estirpe dominante na África do Sul.

A BA.5 representou 83% dos casos de COVID-19, em Outubro de 2022, de acordo com a Rede de Vigilância Genómica da África do Sul.

Mas os sintomas da BA.5, assim como da sua parente Ómicron em geral, permaneceram ligeiras. Os seus sintomas ainda se assemelham muito àqueles de uma infecção respiratória superior ou gripe.

A maior seguradora de saúde privada da África do Sul, Discovery, comunicou que pessoas com Ómicron, muitas vezes, desenvolvem uma comichão ou dor na garganta, congestão nasal, uma tosse seca e dores musculares, especialmente na região inferior das costas.

Na sua mais recente actualização, em Setembro de 2022, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) alistou os seguintes sintomas que podem levar a que se faça um teste de COVID-19: febres ou calafrios, tosse, dores na garganta, falta de ar ou dificuldades de respirar, fadiga, dores de cabeça e dores musculares.

“Pessoas com COVID-19 ligeira experimentam sintomas como febre, dores na garganta, tosse ou dores de cabeça, mas não têm sintomas de dificuldades respiratórias,” afirmou o Africa CDC nas suas directrizes Testar para Tratar, de Setembro, para os Estados-membros.

Em Pretória, Coetzee apareceu na imprensa e tornou-se algo como uma celebridade por tratar o que alguns consideram o primeiro paciente da Ómicron do mundo.

Ela diferenciou os sintomas da Delta e da Ómicron:

  • A Delta apresenta-se com uma perda de olfacto e/ou de paladar e dores na garganta. Alguns casos apresentam febre, batimento cardíaco elevado, baixos níveis de oxigénio e pode progredir rapidamente para doença grave, onde o paciente precisa de oxigénio.
  • A Ómicron apresenta-se com sintomas mais ligeiros, incluindo dores de cabeça, comichões na garganta, tosse persistente, congestão ou prurido nasal e dores músculo-esqueléticas.

“É preciso compreender os sintomas, é extremamente importante,” disse à 1news television network, da Nova Zelândia.

Coetzee previu que a COVID-19 e as suas muitas variantes irão evoluir “por ainda um longo período de tempo.”

“Não sairemos disto facilmente,” disse à página da internet, MoneyControl.

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