EQUIPA DA ADF
Enquanto os países enfrentam uma segunda vaga de infecções pela COVID-19, o Ruanda está a fornecer aos seus residentes testes diagnósticos rápidos e gratuitos para reduzir ainda mais a propagação da doença.
Os kits de testagem, pagos pelo governo, foram alocados a 42 centros de saúde espalhados pelo país, em meados de Dezembro. O objectivo é de tornar os testes mais amplamente disponíveis para os cidadãos do país, reiterou o Centro Biomédico do Ruanda.
Dr. Sabine Nsanzimana, o director do centro, disse ao The New Times que os testes estão disponíveis para qualquer pessoa que tenha contraído a COVID-19 ou que tenha tido contacto próximo com alguém que tenha testado positivo.
No Twitter, Nsanzimana apelou a qualquer pessoa que tenha os sintomas da COVID-19 — febre, tosse ou dificuldades para respirar — para fazer o teste “urgentemente.”
O teste diagnóstico rápido pode confirmar casos activos de infecção pela COVID-19, procurando por antigénios do vírus através de uma zaragatoa nasofaríngea.
De acordo com Julien Niyingabira, director do Centro de Comunicações de Saúde do Ruanda, a precisão dos testes é de mais de 90%. Apesar disso, acrescentou, os testes não são aprovados para poderem fornecer certificação de se estar negativo para a COVID-19 para poder viajar.
“Para pessoas sintomáticas, os testes são mais precisos do que em pessoas assintomáticas,” Niyingabira disse ao The New Times.
Para se viajar de e para um país, é necessário ter um resultado negativo num teste de reacção em cadeia da polimerase feito em tempo real, que possui uma maior precisão do que um teste rápido. Ele detecta o material genético do vírus da COVID-19, identificando a doença em pessoas que estejam assintomáticas mas mesmo assim infectadas.
Até ao início de Janeiro de 2021, o Ruanda tinha registado mais de 8.600 casos de COVID-19, 101 mortes e 6.700 casos recuperados. No total, o país de 12 milhões de habitantes efectuou aproximadamente 740.000 testes num esforço concentrado para rastrear qualquer caso de COVID-19. Isso corresponde a cerca de 85 testes para cada resultado positivo. Cada teste custa cerca de 50 dólares.
O Ruanda reabriu o seu aeroporto internacional em Agosto de 2020, mas as fronteiras terrestres continuam encerradas excepto para movimentação de carga e repatriamento de cidadãos de nacionalidade ruandesa.
O país está a operar na Fase 3 da Pandemia, nos termos da Organização Mundial de Saúde. Nos termos dessas directrizes, as actividades comerciais retomaram em restaurantes, hotéis, lojas e em outros lugares, mas operam com um recolher obrigatório a partir das 18:00 horas. Piscinas e ginásios continuam fechados. Grandes aglomerados, como casamentos, estão proibidos. É obrigatório usar máscara em público.
O Ruanda respondeu agressivamente à COVID-19, desde que o primeiro caso foi registado, em Março de 2020. Activou os agentes comunitários de saúde, a polícia e estudantes do ensino médio para fazerem o rastreamento de contactos. Estabeleceu postos de comando para rastrear casos. Utilizou robots em clínicas para recolherem dados vitais dos pacientes e efectuarem entrega de material.
Nsanzimana informou à Rádio Pública Nacional que o país recorre à sua experiência da luta contra o HIV para lutar contra a COVID-19.
“As principais máquinas que estamos a utilizar para os testes da COVID são as máquinas do HIV que [já] existiam antes,” disse Nsanzimana. “Estamos a utilizar a mesma estrutura, o mesmo pessoal, as mesmas infra-estruturas e os mesmos diagnósticos laboratoriais, mas aplicando tudo isso aos testes da COVID.”