Somália Recupera do al-Shabaab Cidade ‘Muito Importante’

EQUIPA DA ADF

O Exército Nacional da Somália e as forças locais recapturaram, em finais de Dezembro, Masagaway, uma cidade do centro do Estado de Galmudug, do al-Shabaab, assinalando uma vitória significativa na guerra em curso.

Masagaway fica a cerca de 270 quilómetros a nordeste de Mogadíscio e alberga uma base militar. O local tem sido palco de grandes batalhas entre as forças governamentais e as milícias locais e estava sob o controlo do al-Shabaab há quatro meses.

“Os terroristas do al-Shabaab foram retirados da cidade de Masagaway e as operações para os perseguir estão a decorrer em várias frentes nas zonas orientais da região de Galguduud neste momento,” Abdirahman Yusuf Al-Adala, Vice-Ministro da Informação, Cultura e Turismo da Somália, disse numa reportagem publicada pelo jornal The EastAfrican.

A vitória foi considerada “importantíssima” pelos meios de comunicação social estatais da Somália.

Quando os combatentes do al-Shabaab fugiam de Masagaway, o governo somali e as forças locais mataram dezenas deles numa operação perto de Caad, na região de Mudug, no centro-norte do país.

“As forças estão a avançar em direcção a Caad, perseguindo os remanescentes em fuga” do al-Shabaab, informou a imprensa estatal.

Tais vitórias ocorreram duas semanas depois de as forças somalis terem matado 33 combatentes do al-Shabaab e ferido vários outros numa operação especial perto de Harardhere, uma importante cidade portuária do Oceano Índico.

Al-Adala disse que as forças atacaram uma base principal do grupo militante, destruíram o seu centro de comando e apreenderam um esconderijo de armas.

“Agradecemos o papel das forças locais e do SNA (Exército Nacional da Somália) na neutralização dos terroristas na área,” disse Al-Adala.

A última operação teve lugar dias depois de as forças governamentais, apoiadas por parceiros internacionais, terem matado 60 combatentes do al-Shabaab perto da cidade de Halgan, no Estado de Galmudug.

Num outro acontecimento significativo de Dezembro, as tropas somalis assumiram o controlo da segurança da Villa Somalia, o palácio presidencial. }As tropas da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS) guarneciam o palácio anteriormente.

A ATMIS, que inclui tropas do Burundi, do Djibouti, da Etiópia, do Quénia e do Uganda, concluiu a primeira fase da sua retirada de 2.000 soldados a 30 de Junho de 2023 e deveria retirar mais a 30 de Setembro de 2023, reduzindo o seu pessoal militar para 14.626.

No entanto, em Setembro, a Somália solicitou às Nações Unidas que adiassem a segunda fase da retirada devido aos ataques terroristas em curso nas regiões do centro-sul do país. A saída de todas as forças da ATMIS da Somália está prevista para Dezembro de 2024. A tomada de controlo do palácio presidencial é vista por alguns como um sinal de crescente autoconfiança e força das forças somalis.

Os recentes ganhos obtidos pela Somália ocorreram depois de, em Setembro, as forças armadas terem mudado de táctica contra o al-Shabaab, face aos crescentes ataques dos militantes.

A mudança deu às milícias dos clãs, conhecidas localmente como “Ma’awisley,” o papel principal na luta contra os insurgentes, com as forças governamentais a desempenharem um papel de apoio.

As autoridades disseram à Voz da América (VOA) que o governo vai registar os combatentes locais e pagar-lhes subsídios mensais, com vista a integrá-los no exército nacional no futuro. Trata-se de um regresso à estratégia que ajudou a Somália a conquistar vastas áreas ao al-Shabaab entre Agosto de 2022 e Janeiro de 2023.

O plano é remobilizar as forças armadas, descansar alguns dos soldados que estiveram na linha da frente durante um ano e meio, substituí-los por forças recém-formadas, e remobilizar as Ma’awisley [milícias locais] e deixar a comunidade local liderar a luta,” o Brigadeiro-General Abdirahman Turyare, que ajudou a mobilizar os combatentes locais, disse à VOA.

O governo fornece às milícias do clã apoio logístico, munições, alimentos e evacuações médicas. Os clãs ligam o exército às populações locais e demonstram que os civis se voltaram contra o al-Shabaab, segundo o Grupo Internacional de Crise.

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