Tanzânia Poderá Aumentar a Quota do Mercado de Níquel

EQUIPA DA ADF

A invasão da Rússia à Ucrânia fez com que o preço do níquel da Rússia disparasse, e a Tanzânia está a posicionar-se para satisfazer a demanda do mercado mundial e expandir a sua quota do mercado de níquel.

Mesmo antes da invasão, a Tanzânia pretendia aumentar a sua mineração de níquel. Em Janeiro de 2022, a companhia mineira australiana, BHP Group, anunciou que tinha investido 40 milhões de dólares num projecto tanzaniano de níquel, marcando o primeiro novo investimento feito pela empresa depois de anos.

A empresa privada sediada no Reino Unido, Kabanga Nickel, será responsável pelo projecto e espera iniciar a produção em 2025. A operação visa alcançar uma produção mínima anual de 40.000 toneladas métricas de níquel, 6.000 toneladas métricas de cobre e 3.000 toneladas métricas de cobalto, de acordo com o The Africa Report.

Kabanga detém 84% do projecto, e o governo da Tanzânia detém o resto.

Este não é o único projecto de níquel que está a funcionar na Tanzânia. Em Junho de 2022, uma outra empresa australiana, Resource Mining Corp, anunciou planos para iniciar programas de perfuração, no seu projecto de níquel-cobalto, no distrito de Mpanda, da Tanzânia, de acordo com o serviço de notícias empresariais, Small Caps, da Austrália.

A necessidade de mais níquel é alimentada pela transição gradual da indústria automobilística global para veículos eléctricos. O níquel de classe 1, a forma mais pura, é encontrado no projecto de Kabanga, no nordeste da Tanzânia, e é utilizado nas baterias de ião de lítio necessárias para carros eléctricos. 

As autoridades de Kabanga afirmam que esperam que os produtores de automóveis adquiriram mais de metade do níquel produzido naquele local.

O The Africa Report observou que o cronograma do projecto de Kabanga prevê um mínimo anual de níquel equivalente à produção de 65.000 toneladas métricas, com a mina tendo uma vida útil de pelo menos 30 anos. 

Analistas afirmam que a Rússia representou cerca de 15% da produção de níquel de classe 1 a nível mundial, em 2021. A invasão da Ucrânia desencadeou um choque de preços, tendo em certo ponto duplicado o preço para o seu recorde mais alto. Os preços baixaram um pouco desde essa altura.

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