Colégio de Defesa do G5 Sahel Expande-se Como ‘Exportador de Segurança Regional’

ADF STAFF

O lançamento da primeira pedra iniciou nas novas instalações do Colégio de Defesa do G5 Sahel, no dia 14 de Fevereiro, em Nouakchott, Mauritânia. Quando concluída, a adição irá incluir uma ampliação da biblioteca, espaço de sala de aulas, um laboratório de aprendizagem de línguas com 20 carteiras e equipamento de tradução composto por computadores e áudio. Espera-se que o projecto avaliado em 5 milhões de dólares, financiado pelo governo dos EUA, dure um ano para ser concluído.

“Após a sua conclusão, em 2024, a biblioteca fornecerá um espaço dedicado para oficiais militares regionais para avançarem as suas habilidades académicas e de inglês,” disse a Embaixadora dos EUA, Cynthia Kierscht. “Igualmente importante, a biblioteca será um símbolo físico de dois papéis importantes do colégio: como provedor de ensino militar profissional e como um exportador de segurança regional. Na verdade, a biblioteca reflecte o compromisso longo e duradouro dos Estados Unidos em trabalhar com a Mauritânia no sentido de promover a paz e a segurança no Sahel.”

O Colégio de Defesa do G5 Sahel recebe o seu nome do G5 do Sahel, uma coligação criada em 2014 para responder aos desafios regionais numa perspectiva unida de segurança política e de desenvolvimento. O G5 do Sahel é composto por Burquina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.

Inicialmente, o colégio de defesa era um projecto da Mauritânia que começou em 2013. Tinha como objectivo ser uma instituição estreitamente nacional, mas, com o aumento dos ataques terroristas no Sahel, as autoridades da Mauritânia decidiram torná-lo disponível também para outros países do G5 do Sahel. Todos os cinco países estavam a enfrentar as mesmas ameaças.

A Embaixadora dos EUA, Cynthia Kierscht, no centro, participou na cerimónia de lançamento da primeira pedra de uma biblioteca, no Colégio de Defesa do G5 Sahel, em Nouakchott, Mauritânia, no dia 14 de Fevereiro. EMBAIXADA DOS EUA NA MAURITÂNIA

No seu relatório de 2021, “A Sahelização do Ensino Militar na Mauritânia,” o investigador Jean-Loup Samaan elogiou a Mauritânia pelo uso do ensino militar como instrumento de integração regional. “Também destaca um pressuposto fundamental: de que pode existir um espaço estratégico saheliano com os seus próprios problemas de segurança, impulsionados pelas dinâmicas locais,” escreveu.

Samaan disse que a intenção original da Escola de Guerra da Mauritânia era de treinar oficiais mauritanos que, de outra forma, dependiam de programas da Europa ou de países parceiros árabes. “Mas a

criação de um secretariado do G5 Sahel permanente, em Nouakchott, criou uma oportunidade para apoiar a modernização das cinco forças armadas nacionais, através de um colégio de defesa com um novo nome.”

O Colégio de Defesa do G5 Sahel evoluiu para ser um verdadeiro projecto regional. Possui um centro de simulação capaz de colocar formandos em situações de campo e está interligado com os centros G5 do leste e do oeste com os quais pode realizar exercícios simultâneos.

O colégio forma anualmente 40 oficiais cadetes de exércitos da África Ocidental. Agora está também aberto para oficiais de fora do Sahel.

Em 2021, a Coronel-Major Nana Sangaré, do exército do Mali, foi a primeira mulher a graduar-se no colégio, comunicou o Africanews. Ela foi membro da terceira turma de graduados do colégio desde a sua criação.

Os oficiais descreveram o colégio como sendo “um lugar de encontro, conhecimento e intercâmbio entre todos os actores da defesa e segurança dos países do G5 Sahel. De forma complementar para outras estruturas do G5 Sahel, ele permite o intercâmbio regular no espírito de cooperação, partilha de informação e melhoria geral das capacidades de defesa.”

O Brigadeiro-General Brahim Vall Cheibani Cheikh Ahmed, director do colégio, afirma que é imperativo reunir executivos de forças armadas do G5 em torno do mesmo módulo de formação.

“O G5 Sahel possui dois pilares, um pilar de desenvolvimento e um pilar de defesa e segurança,” disse o General, conforme comunicado pelo Africanews. “Estando os exércitos dos países do G5 a ser confrontados pela mesma ameaça, era sensato que os executivos que comandam as forças no terreno passassem pela mesma formação, a mesma visão de ameaça, a mesma metodologia e abordagem metodológica e o mesmo processo de trabalho, porque amanhã, no fim do dia, eles irão encontrar-se no mesmo teatro, a trabalharem para enfrentar o mesmo inimigo.”

Na cerimónia de graduação de 2021, no colégio, o General Daoud Yaya Brahim, Ministro da Defesa do Chade, disse aos graduados que dependia deles, e não dos estrangeiros, resolver os problemas do Sahel.

“O Colégio de Defesa do G5 Sahel é um modelo vivo que resulta de princípios fundamentais da consciencialização dos nossos Estados, que se traduzem em apropriação de problemas sahelianos pelos próprios sahelianos,” disse.

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