EQUIPA DA ADF
Quando o Quénia se debatia com a sua sexta vaga de infecções pela COVID-19, abriu uma unidade de produção de oxigénio que irá fornecer aos centros de saúde de Nakuro, cerca de 160 quilómetros a noroeste de Nairobi.
Inaugurada no início de Julho, a unidade irá beneficiar toda a região do Vale do Rift, afirmam as autoridades. O oxigénio médico é de vital importância no tratamento de doentes da COVID-19 em estado grave.
O projecto faz parte de uma colaboração entre a Topcare Limited e a Oxygen Hub. Topcare é uma sociedade gestora de participações local que lida com negócios do sector de saúde. Oxygen Hub é uma iniciativa que trabalha com empreendedores da África Subsariana para produzir e distribuir oxigénio médico a preços acessíveis; foi criada pelo Instituto de Tecnologia Transformativa, que possui uma agência em Nairobi.
A parceria visa aumentar a produção de oxigénio em hospitais de capacidade pequena a média, próximo de cidades e nas zonas rurais. Os hospitais pequenos e médios tratam da maioria dos doentes do Quénia, de acordo com um artigo da revista HealthCare Africa. A parceria também irá fornecer oxigénio aos hospitais em datas planificadas.
A Topcare e a Oxygen Hub lançaram a sua primeira unidade de produção de oxigénio em Kitengela, 30 quilómetros a sul de Nairobi, em Julho de 2021.
Citando um estudo de 2021, feito pelo Ministério de Saúde do Quénia, a PCA da Topcare, Ruth Wambui, disse que a disponibilidade de oxigénio nos hospitais daquele país estava muito abaixo do necessário. A nova instalação tem capacidade de produzir cerca de 200 cilindros de oxigénio por dia.
“O nosso desejo é fechar esta lacuna, garantindo que qualquer pessoa que precise de oxigénio médico, seja numa clínica, nas aldeias ou numa grande unidade sanitária, tenha este serviço importante,” Wambui disse ao jornal queniano, The Star.
Herma Gebru, PCA interino da Oxygen Hub, disse que havia carência de oxigénio médico em África antes da eclosão da COVID-19. A Oxygen Hub possui 10 unidades de produção de oxigénio médico em Etiópia, Quénia e Nigéria.
“A necessidade de oxigénio médico irá continuar após a COVID, apenas 40% da demanda está a ser satisfeita,” disse Gebru ao The Star. “Estamos, por conseguinte, a considerar um fraco consumo per capita de oxigénio antes e depois da COVID-19. Esta carência irá continuar a persistir, e esta é a necessidade que pretendemos satisfazer.”
O número de casos de COVID-19, no Quénia, aumentou em 92% desde meados de Maio até meados de Junho, em comparação com as anteriores quatro semanas. Foi o segundo país africano a registar a sexta vaga, depois das Ilhas Maurícias.
O Ministério de Saúde suspendeu o uso obrigatório da máscara naquele país, em Março, mas reestabeleceu a obrigatoriedade do uso da máscara em lugares públicos fechados e em viaturas e voos de serviços públicos, em finais de Junho.
Aquele país registou uma taxa de positividade de casos de COVID-19 de 12,6% no dia 20 de Junho, a sua mais elevada taxa em quatro meses, comunicou o jornal The East African.
Até ao dia 17 de Julho, a taxa de positividade da COVID-19 daquele país tinha baixado para 4,3%, com o maior número de infecções a ser registado em Nairobi. Nessa altura, três pacientes estavam a receber assistência com recurso a ventilador em unidades de cuidados intensivos e outros 10 estavam a receber tratamentos com médico, de acordo com o The Star.