VOZ DA AMÉRICA
Grupos de defesa de direitos humanos e activistas camaroneses estão gratos pelo facto de que, pela primeira vez, desde 2016, os pais já não oferecem mais armas de brinquedo como ofertas às crianças e adolescentes durante as festas de fim do ano.
Em 2016, grupos de defesa de direitos humanos lançaram uma campanha para banir armas de brinquedo, na sua maioria, importadas da China, defendendo que elas incitam à violência.
Em vez disso, brinquedos educativos, como livros electrónicos de exercícios, podem ajudar as crianças a aprender o alfabeto e as palavras e não glorificar a violência. Essas ofertas substituíram brinquedos como armas, facas e veículos militares, que eram muito procurados e frequentemente oferecidos às crianças.
Durante a crise separatista anglófona dos Camarões e o terrorismo do Boko Haram, na fronteira do norte com a Nigéria, os grupos defensores dos direitos humanos começaram a apelar aos pais para não adquirirem armas de brinquedo para as crianças.
A activista e especialista em matérias de género, Irene Chinje, disse que as armas de brinquedo normalizam a violência.
“As crianças não sabem qual é a diferença entre aquilo ser uma arma de brinquedo e o significado que isso carrega,” disse. “Elas apenas vêem isso como um sinal de bravura para eles e, por isso, se puderem manusear uma arma de brinquedo, então, ficam encorajadas para futuramente manusearem uma arma verdadeira, com balas.”
Chinje e outras activistas estiveram a visitar os mercados para expressar a sua gratidão aos camaroneses por não adquirirem armas de brinquedo.
O começo de um novo ano é sempre amplamente celebrado nos Camarões, com os cristãos, muçulmanos e animistas a partilharem ofertas e a fazerem visitas de intercâmbio.
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