Operação Garras de Águia Testa a Preparação do Gana para Ataques Terroristas

EQUIPA DA ADF

Membros das Forças Armadas do Gana (GAF) descem de um helicóptero e correm em direcção a um inimigo simulado com as suas armas em punho enquanto o comandante dá instruções em voz alta.

Era o dia da abertura da Operação Garras de Águia, um exercício que visava preparar militares e pessoal de emergência para responder a ameaças terroristas.

O exercício anual, que teve a duração de cinco dias, contou com a participação de membros dos Serviços da Polícia do Gana, do Serviço Nacional dos Bombeiros do Gana, da Organização Nacional de Gestão de Calamidades, do Serviço Nacional de Ambulância e de outras agências de segurança e inteligência. Foi concluído em finais de Maio.

“O Alto Comando pretende utilizar o exercício deste ano para equipar as tropas com as capacidades necessárias para responder de forma rápida e eficaz às ameaças terroristas e ameaças contemporâneas na Zona de Operações designada ‘Operação Conquistada Primeiro’ assim como em outras partes do país,” Coronel Eric Aggrey-Quarshie, director de relações públicas das GAF, disse ao jornal ganês, The Ghanaian Times.

A Força Aérea 69 do Gana realizou uma simulação de invasão na Floresta do Gbele, como parte da Operação Garras de Águia. EXÉRCITO DO GANA

A Operação Conquistada Primeiro cobre a Savana do Gana, as regiões Norte, Nordeste, Alto Leste e Alto Oeste.

O exercício Operação Garras de Águia deste ano centrou-se na resposta a ataques terroristas como aqueles perpetrados recentemente no Burquina Faso e na Costa do Marfim.

“Os ganenses, e particularmente aqueles que se encontram nestes sectores, sabem que o terrorismo é real, e está às nossas portas,” Coronel William Nii Nortey, director das operações do Exército, disse ao canal de televisão ganês, My Joy. “Devemos todos estar prontos e sabermos o que está a acontecer ao nosso redor. Devemos estar prontos para proteger e defender a integridade do Gana.”

Nortey encorajou os residentes da região a denunciarem suspeitas de actividade terrorista às autoridades.

“Este é o nosso mantra básico: Caso suspeite de algo, denuncie,” disse.

A poucos dias do início do exercício, o Presidente Nana Akufo-Addo disse à estação francesa de notícias, France 24, que considera o aumento dos ataques terroristas na região vizinha do Sahel como “o desafio de segurança mais importante” para o Gana e para os outros 14 países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

“Estamos muito preocupados com a situação,” disse Akufo-Addo. “Sabemos que no Gana, isto não é algo que irá simplesmente acabar nas nossas fronteiras. Existem países das regiões costeiras, países da África Ocidental, e estes países também são alvo do terrorismo. São alvo da mesma forma como o são os países do Sahel. Estamos a fazer o acompanhamento da situação de forma muito atenciosa. Este é o principal desafio por agora.”

GHANA ARMY

Este ano, alguns dos primeiros exercícios da Operação Garras de Águia foram realizados com os agentes das alfandegas e da polícia no Posto Fronteiriço de Hamile, onde soldados praticaram habilidades tácticas enquanto respondiam a simulações de pequenos ataques armados próximo da fronteira com o Burquina Faso.

Num outro exercício, as tropas responderam a uma simulação de ataque contra estrangeiros que estavam hospedados num hotel em Wa, na região Nordeste do Gana. O exercício contou com técnicas de combate, extinção de incêndios, detecção de minas, evacuação médica e análise do perfil de terroristas presos.

Dias depois da Operação Garras de Águia ter terminado, Akufo-Addo divulgou a Estratégia Nacional de Segurança, o primeiro documento desta natureza na história do Gana. A estratégia visa promover a tolerância e a coesão social, enquanto garante a paz e o desenvolvimento de uma democracia próspera.

“A Estratégia Nacional de Segurança também visa estabelecer Gana como uma terra de oportunidades, com a decisão e a capacidade de proteger o seu povo, a sua cultura e os seus valores, para promover o crescimento e a prosperidade que nutrem o bem-estar da sua população, enquanto posicionam o país para desempenhar um papel significativo e de influência a níveis regional, continental e global,” Akufo-Addo disse num comunicado.

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