Lutadores Combatem pela Paz no Devastado Sudão do Sul

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Olutador sul-sudanês, Kur Bol Jok, apresentou-se na arena, levantou o peito e encarou o seu oponente, preparando-se para a luta.

A luta livre é muito popular na nação mais jovem do mundo, que foi devastada por cinco anos de guerra civil. Os atletas dizem que é uma das poucas saídas em que grupos étnicos que lutaram um contra o outro podem envolver-se em competição amigável.

“A luta livre traz paz, na medida em que pessoas diferentes provenientes de lugares diferentes reúnem-se para criar amizades”, disse Jok antes do confronto. “Ganhar traz alegria, e perder é normal porque não é uma luta verdadeira”.

Os confrontos atraem grandes multidões de todo o país. Alguns ocorriam durante o conflito.

Alguns lutadores esfregam cinza branca na cara e no peito. Tecidos de desenhos de animais reluzentes, cortados em fitas, abanam sobre os seus calções.

Jok, vestido de uma roupa estampada de leopardo, esticou-se enquanto empurrava o oponente, Mar Jalot, antes de o virar e lançar para a areia vermelha e colocar a sua mão sobre o peito de Jalot para significar a vitória. Não há ressentimentos.

“Viemos para aqui pela paz, com todas as tribos reunidas para testemunhar o jogo”, disse Jalot, cuja roupa estava com coloração estampada de vaca.

A atmosfera de carnaval, em que os lutadores dançam para celebrar as suas vitórias, e as mulheres cantam os nomes dos vencedores, é um descanso dos problemas da vida.

A nação da África Ocidental produtora de petróleo ficou independente do seu vizinho Sudão, em 2011, depois de décadas de uma guerra de terra queimada. Dois anos depois, a guerra civil eclodiu e dizimou aproximadamente 400.000 pessoas antes de as partes terem assinado um acordo de paz, em 2018. No dia 22 de Fevereiro de 2020, o presidente e antigo líder rebelde formou o há muito esperado governo de unidade.

O desporto é uma das poucas distracções numa nação com poucas estradas, pouca electricidade e onde muitas escolas não funcionam. O mais importante é que o desporto une os jovens divididos pela guerra, disse o coordenador da luta livre, Limor Joseph.

“São… os jogos que os unem”, disse ele.

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