EQUIPA DA ADF
Após anos de dormência, a Força de Reserva da África Oriental (EASF) está pronta a mobilizar o seu conjunto de especialistas militares, agentes da polícia e civis quando necessário, anunciou recentemente a liderança da força.
No seu discurso durante a reunião anual dos países da EASF, o Chefe das Forças de Defesa do Quénia, General Francis Ogolla, apelou a um esforço combinado para manter a estabilidade regional, enfrentando as ameaças terroristas em curso, as rebeliões dentro das fronteiras de alguns dos seus membros e as crescentes tensões entre outros membros.
“Encontramo-nos no meio de dinâmicas geopolíticas complexas, ameaças transnacionais e desafios emergentes que exigem uma resposta unificada e colaborativa,” afirmou Ogolla.
A EASF inclui membros do Burundi, Comores, Djibouti, Etiópia, Quénia, Ruanda, Seychelles, Somália, Sudão e Uganda. A EASF é uma das cinco forças deste tipo criadas em todo o continente para apoiar a Força Africana em Estado de Alerta da União Africana nos esforços de manutenção da paz a nível nacional.
Ao contrário de outras forças, a EASF não está ligada a uma comunidade económica regional, um facto que pode criar conflitos para alguns membros que se sobrepõem a organizações regionais como a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O envio de tropas para resolver conflitos nos Estados-membros nos últimos anos alimentou a oposição à EASF, que alguns críticos vêem como uma potencial ameaça à soberania nacional.
Os desafios ao mandato da EASF levaram os dirigentes a reexaminar o modo de actuação da força. Tal deu lugar a críticas de que a EASF ficou reduzida a “um mero espectador,” o analista Robert Gichangi Kabage escreveu em 2020 no International Journal of Scientific and Research Publications.
Em meados de 2023, o Sudão recusou-se a autorizar o envio de tropas da EASF em resposta à guerra em curso entre as Forças Armadas do Sudão e as Forças de Apoio Rápido paramilitares, que está a devastar o país.
Em substituição da EASF, os países da Comunidade da África Oriental enviaram uma força conjunta contra os rebeldes do M23 no leste da República Democrática do Congo (RDC) em 2022. No final de 2023, a RDC expulsou as tropas da África Oriental depois de acusar as forças ruandesas de colaborarem com o M23. O Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, substituiu as forças da África Oriental pelas tropas da SADC.
Quando Tshisekedi expulsou as tropas da África Oriental do Kivu do Norte, o Presidente do Quénia, William Ruto, afirmou que os países da África Oriental não estavam a abandonar o conflito no leste da RDC.
“Vamos trabalhar com os nossos irmãos da SADC para desenvolver uma metodologia para lidar com essa situação de uma forma que respeite os desejos do povo da RDC,” disse Ruto em resposta à expulsão.
Ogolla afirmou que a EASF está a reformular os seus princípios orientadores para dar resposta às preocupações com a soberania nacional e para rever a sua política operacional, de modo a poder responder mais rapidamente às crises e ser vista como um solucionador de problemas. A nova abordagem prevê a realização de esforços diplomáticos para resolver conflitos e questões humanitárias antes de enviar equipas militares ou de segurança.
“Ao longo dos anos, os desafios que a nossa região enfrenta evoluíram, exigindo que nos adaptemos e inovemos nas nossas estratégias de defesa e segurança,” afirmou Ogolla.