EQUIPA DA ADF
Quando adoecem, muitos nigerianos vão directamente à farmácia. Mas o longo historial de falsificação de medicamentos na África Ocidental significa que a ajuda que as pessoas procuram, pelo contrário, pode causar-lhes danos.
É aí onde Abimbola Adebakin e a sua empresa, Advantage Health Africa, entram em cena.
Farmacêutica de formação, Adebakin passou estes últimos anos a desenvolver formas de ligar as farmácias da Nigéria através de plataformas online. O objectivo é de facilitar que os nigerianos tenham acesso a medicamentos que sabem que são seguros e acessíveis.
“A falsificação de medicamentos não sobreviverá onde houver um bom fornecimento. Um falsificador gosta de ver uma situação onde existe acesso insuficiente aos fornecimentos,” Adebakin, PCA da Advantage Health Africa, disse ao Business Africa. “A nossa solução é uma forma indirecta de combater a falsificação. Também aumenta a qualidade de vida das pessoas quando sabem que podem adquirir os medicamentos que lhes foram receitados.”
A Agência Nacional de Administração e Controlo de Alimentos e Medicamentos da Nigéria trabalhou para reduzir a quantidade de medicamentos falsificados que circulam no país. Mas a procura de tratamentos da COVID-19 trouxe o problema de volta em grande medida, Dr. Kingsley Chiedu Amibor, presidente nacional da Associação de Farmacêuticos Hospitalares e Administrativos da Nigéria, disse ao jornal The Guardian.
Adebakin considera a Advantage Health Africa como uma forma de bloquear os fármacos falsificados. A empresa faz uma combinação dos mercados farmacêuticos online originais de Adebakin, my-medicines.com e myPharmacy.com, enquanto trabalha com organizações de manutenção de saúde para melhorar o acesso às farmácias.
A empresa trabalha com farmácias em seis Estados mais populosos da Nigéria e já começou a fazer ligações com farmácias particulares nas zonas menos habitadas.
A África Ocidental é um viveiro global de fármacos falsificados. Os medicamentos falsos aparecem nos mercados onde o seu baixo custo atrai o povo desesperado pela cura. Mas os comprimidos com ingredientes ilícitos e de qualidade questionável podem ameaçar a vida daqueles que os tomam.
Adebakin disse que está concentrada em satisfazer as necessidades dos pobres e desprivilegiados da Nigéria, aumentando a qualidade e a acessibilidade dos cuidados de saúde.
“O acesso a cuidados de saúde de qualidade e acessíveis em toda a África é tão baixo, é tão fraco,” disse ao podcast “Developing Your A-Game. “Qualquer um que esteja a operar no sector tende a sentir a dor dos usuários finais.”
A empresa de Adebakin faz a revisão das suas farmácias-membro para assegurar que satisfazem os seus padrões de qualidade e segurança. Os clientes podem aceder à rede de farmácias por mensagem de texto, online e através de aplicativos de Smartphone tais como o What’sApp.
“Somos muito meticulosos quanto à fonte. Somos muito meticulosos quanto à fiabilidade e à segurança,” Adebakin disse à Enterprise Television. “Todas as farmácias possuem licença. Isso significa que elas se arriscam a perder as suas licenças de actividade se forem achadas em falta. Isso é algo sério.”
Reunir farmácias de todo o país beneficia as farmácias e os clientes: as farmácias recebem um maior mercado para os seus produtos; os clientes recebem maior acesso aos medicamentos de que precisam — quer a nível local ou numa outra comunidade.
Esse acesso mais alargado ajuda a eliminar os medicamentos falsificados, aumentando a oferta de medicamentos de alta qualidade. A Advantage Health Africa trabalha com farmácias particulares e o serviço nacional de correios para certificar que os medicamentos cheguem a tempo às populações.
O confinamento obrigatório que veio depois da pandemia da COVID-19 fez com que o negócio de Adebakin fosse mais essencial do que nunca.
“Tivemos uma grande demanda e grande aceitação porque as pessoas estão em casa e precisam de medicamentos e nós somos os que conseguem buscá-los para eles de forma eficiente e confiável,” disse ela ao “Developing Your A-Game.” “Em situações de COVID, muitas pessoas não vão às farmácias. Nós trazemos as suas encomendas. Então, estamos a aumentar o acesso [das farmácias] aos mercados.”