EQUIPA DA ADF
Líderes de Forças Aéreas africanas saíram com um espírito de cooperação e uma maior compreensão das capacidades dos outros países, depois de participarem do 11º Simpósio Anual de Chefes das Forças Aéreas Africanas (AACS).
Trinta e dois chefes de forças aéreas e oficiais seniores participaram num evento de cinco dias, que terminou no dia 28 de Janeiro, em Kigali, Ruanda. A Força de Defesa do Ruanda (RDF) e as Forças Aéreas dos EUA em África organizaram conjuntamente o evento.
O tema do simpósio foi “transporte aéreo estratégico,” que é particularmente relevante numa altura em que os países procuram formas de transportar tropas, equipamentos e ajuda humanitária para lugares onde eles são mais necessários.
“O transporte aéreo estratégico é de grande importância para as nossas operações dentro e fora das fronteiras,” Coronel Ronald Rwivanga, porta-voz da RDF, disse à ADF. “Acredito que o tema do 11º AACS veio em tempo oportuno e necessário, porque os nossos exércitos precisam disso nas operações de manutenção de paz e em outros compromissos militares como a luta contra o terrorismo no continente. A parceria EUA-África para a melhoria do transporte aéreo estratégico é de vital importância para o crescimento dos nossos Estados individualmente assim como as capacidades colectivas para o alcance dos nossos objectivos.”
Rwivanga disse que estas parcerias podem ser vistas em Moçambique, onde o Ruanda está a trabalhar juntamente com os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral para derrotar uma insurgência extremista.
“Um Estado sozinho teria dificuldades para manter o ritmo a avançar, mas os nossos esforços colectivos fazem com que a tarefa seja cumprida com facilidade e continuidade,” desse Rwivanga.
OBrigadeiro-General Hermalas Ndabashinze, da Força de Defesa Nacional do Burundi, disse à RTV News, do Ruanda, que saiu do simpósio com um melhor entendimento sobre como os países podem cooperar em missões aéreas.
“Demos um passo em direcção àquilo que pensamos ser a coisa certa a fazer, que é a parceria relativa a esse assunto sem quaisquer desafios em África,” disse Ndabashinze. “Por exemplo, se um país for o primeiro a ter algum problema, como é que podemos ajudar esse país, entre ajudar o povo e restaurar a paz? Então, durante este simpósio, demos passos significativos.”
Este era precisamente o objectivo do simpósio, cuja abertura foi feita pelo presidente ruandês, Paul Kagame, que elogiou a Força Aérea dos EUA na Europa-Forças Aéreas em África (USAFE-AFAFRICA) por apoiarem continuamente as forças aéreas africanas.
Porque muitos dos desafios de segurança que emergem no continente são transnacionais, nenhum país possui os recursos para responder a eles sozinho, disse Kagame.
“Sendo assim, devemos priorizar as parcerias,” disse Kagame na reportagem da RTV News. “Os benefícios de trabalharmos em conjunto são claros.”
Kagame disse que para além de ajudar a transportar carga e tropas, os países que fazem parte da cooperação possuem um maior acesso a aeronaves de qualidade e podem criar oportunidades para formação especial para pilotos e tripulações de manutenção, enquanto modernizam as capacidades de controlo do tráfico aéreo, as instalações aéreas e as comunicações ar-terra.
“Estão cada vez mais a ser colocadas ameaças por parte de forças altamente móveis, pelo que a vigilância e o reconhecimento de inteligência aéreos são de grande importância,” disse Kagame. “O financiamento continuará a ser um desafio, mas não podemos nos dar ao luxo de [permitir] que isso sobreponha o nosso compromisso de estabilidade no continente. Que continuemos a trabalhar juntos para ver resultados tangíveis.”
Durante o simpósio, o General Jeffrey Harrigian, comandante das USAFE-AFAFRICA, disse que é altura de abordarmos os problemas de segurança da vida real e fazer com que os “itens accionáveis sejam uma realidade.”
“Esta equipa continua a trabalhar conjuntamente para não apenas centrar-se em conceitos amplos, mas também na população, porque o nosso povo continua a ser o nosso recurso mais importante,” disse Harrigian. “Todos os nossos debates estiveram subjacentes àquilo que eu vi como sendo um crescimento contínuo da nossa capacidade de partilhar informação.”
Participaram do simpósio chefes das forças aéreas de Angola, Benin, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Egipto, Gabão, Gana, Guiné-Bissau, Quénia, Lesoto, Líbia, Madagáscar, Malawi, Mauritânia, Marrocos, Namíbia, Níger, Nigéria, República Democrática do Congo, República do Congo, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Somália, Tanzânia, Togo, Tunísia e Zâmbia.
Dois novos países (Burundi e Gabão) tornaram-se oficialmente membros da Associação das Forças Aéreas Africanas durante o evento. O Senegal anunciou que irá acolher o simpósio do próximo ano.