EQUIPA DA ADF
Uma nova estirpe da variante Delta da COVID-19 agora está a propagar-se na Rússia e em alguns países europeus, criando o potencial para mais uma iteração do coronavírus para chegar à África.
A variante “Delta Plus,” também conhecida como AY.4.2, foi registada na Rússia, em finais de Outubro, numa altura em que Moscovo entrava em confinamento obrigatório para conter a propagação da variante Delta principal. A Rússia e os países vizinhos estavam a experimentar um registo recorde de taxas de infecção pela variante Delta antes do surgimento da AY.4.2.
Um estudo inicial demonstra que a nova estirpe é cerca de 10% mais contagiosa do que a sua variante mãe. A AY.4.2. é uma das 55 ramificações da variante Delta registada até esta altura e a mais contagiosa até ao momento. Cada caso de infecção pela COVID-19 cria o potencial para novas variantes que podem vencer a imunidade.
Assim como outras variantes, a chave para o sucesso da AY.4.2 está nas mutações de certas proteínas spike. As proteínas spike são a ferramenta que o vírus utiliza para abrir as células de modo a poder reproduzir-se dentro delas.
Até esta altura a Organização Mundial de Saúde não acrescentou a AY.4.2 à sua lista de variantes de interesse ou variantes de preocupação. O acréscimo a esta lista indicaria uma elevada taxa de transmissão.
A AY.4.2 também apareceu no Reino Unido e em vários outros países da Europa. Embora a sua pegada digital continue a ser pequena, a AY.4.2 está a aumentar de forma constante, o que sugere que possui uma vantagem sobre a sua estirpe mãe, Dr. Jeffrey Barret, do Instituto Wellcome Stranger, escreveu recentemente no seu Twitter.
Alguns pesquisadores da COVID-19 tinham esperanças de que a variante Delta original, que rapidamente dominou o globo terrestre, em meados de 2021, representaria o pico de transmissibilidade do coronavírus. Danny Altmann, professor de imunologia no Colégio Imperial de Londres, Reino Unido, disse à CNBC que a estirpe AY.4, que inclui a AY.4.2, “pode estar a começar a levantar dúvidas quanto a esta afirmação.”
A AY.4.2 apareceu na África do Sul em números extremamente pequenos, de acordo com o Dr. Túlio de Oliveira, director do Centro para a Resposta e Inovação Epidemiológica, na Universidade de Stellenbosch.
“Actualmente não há motivos de alarme. A vigilância e a monitoria contínuas são importantes,” publicou o Dr. de Oliveira, num Tweet de Outubro.
Os líderes de saúde pública de África continuam preocupados com o aumento de uma outra vaga de infecções, possivelmente com início em finais deste mês e causada pelas celebrações das festas de final do ano.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde e o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças estão a lançar vigilâncias comunitárias que visam detectar surtos de COVID-19 e interrompê-los antes que eles cresçam.
Não estamos, de nenhuma forma, próximos da meta para esta pandemia,” Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África, disse recentemente durante uma conferência de imprensa.