Texto da EQUIPA DA ADF | Fotos da AFP/GETTY IMAGES
Mais de 20 países africanos começaram a administrar gratuitamente milhares de vacinas contra a COVID-19, através da COVAX, o plano global para a distribuição equitativa das doses.
Na implementação inicial de Março de 2021, políticos proeminentes, pessoal de segurança e profissionais de saúde da linha da frente estiveram entre os que receberam a vacina em primeiro lugar. Os Estados Unidos comprometeram-se em canalizar 4 bilhões de dólares para apoiar a COVAX.
No Gana, o presidente Nana Akufo-Addo e a primeira-dama, Rebecca Akufo-Addo, receberam duas das primeiras doses.
“É importante que eu seja um exemplo de que esta vacina é segura sendo o primeiro a recebê-la para que todos em Gana se possam sentir confortáveis em receber esta vacina,” disse Akufo-Addo, durante uma transmissão, em directo.
Liderada pelas Nações Unidas, a COVAX faz parte do Acelerador de Acesso às Ferramentas da COVID-19, lançada em Abril de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Comissão Europeia e a França. A COVAX negocia os preços para garantir o acesso equitativo a vacinas, diagnósticos e tratamentos da COVID-19, independentemente da riqueza de cada país.
O programa visa distribuir 2 bilhões de doses da vacina da AstraZeneca em todo o mundo até finais de 2021. Daquele total, 600 milhões de doses estão destinadas para países africanos, o suficiente para vacinar 20% da população do continente, de acordo com a OMS.
As vacinas são alocadas a todos os países de forma igual, depois de cada um deles concluir uma avaliação de prontidão para a vacina. A distribuição tem o apoio da Gavi, a Aliança das Vacinas, e da Coligação para a Inovação na Preparação contra Epidemias. A COVAX também apoia a pesquisa, o desenvolvimento e o fabrico de uma variedade de vacinas contra a COVID-19.
Até 10 de Março de 2021, as autoridades tinham feito a entrega de 10 milhões de doses da COVAX aos países africanos. As vacinas criaram um impacto imediato, protegendo alguns dos que estavam mais vulneráveis.
A Costa do Marfim também recebeu algumas doses através da COVAX. Pessoal de saúde, professores e membros das forças de segurança foram vacinados em primeiro lugar.
“As vacinas salvam vidas. Enquanto os profissionais de saúde e outro pessoal da linha da frente são vacinados, veremos uma retoma gradual ao normal, especialmente para as crianças,” Marc Vincent, representante do UNICEF na Costa do Marfim, disse num artigo do sítio da internet das Nações Unidas. “No espírito da cobertura universal de saúde, não devemos deixar ninguém para trás.”
Na Nigéria, os funcionários do sector de saúde e da linha da frente foram os primeiros a serem vacinados.
Peter Hawkins, representante nacional do UNICEF, disse, à Al-Jazeera, que ainda existe muito a fazer no cumprimento da “nossa obrigação para com o povo nigeriano.”
“Mas aproximadamente 4 milhões é uma grande quantidade,” disse Hawkins, aquando da primeira entrega da COVAX. “É um passo fantástico de avanço para a Nigéria e um passo fantástico de avanço para toda a África, e as pessoas irão dar estes passos. Não há dúvidas quanto a isso.”
Entre os primeiros países africanos a receberem as vacinas através da COVAX encontravam-se Angola, República Democrática do Congo, Gâmbia, Quénia, Malawi, Mali, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sudão e Uganda.
Patrick Amoth, director-geral do Ministério da Saúde do Quénia, foi um dos primeiros do país a receber a vacina.
“Sinto-me bem,” disse Amoth à Reuters. “A vacina é segura.”
Enquanto outros países recebiam as vacinas da COVID-19, o Ruanda instalava uma infra-estrutura para providenciar armazenamento em temperaturas extremamente baixas exigidas por algumas das vacinas.
“Estas doses da vacina contra a COVID-19, da facilidade da COVAX, representam um esforço global sem precedentes que visa o acesso equitativo a vacinas contra a COVID-19,” Dra. Mwinga Kasonde, a representante da OMS naquele país, disse ao jornal ruandês, Taarifa.
O Ministro de Saúde do Ruanda, Omar Ahmed al-Najib, disse que a campanha de vacinação do país iria priorizar profissionais de saúde e pessoas da terceira idade.
“A quantidade [de vacinas] conseguida hoje será suficiente para uma grande parte dos que trabalham em profissões ligadas à saúde,” disse al-Najib à Agence France-Presse. “Uma vez que estão mais susceptíveis a serem infectados, [serão vacinados em primeiro lugar], de modo a poderem oferecer serviços de saúde seguros aos nossos cidadãos. As vacinas serão gratuitas para todos os cidadãos. Mais carregamentos irão chegar de forma consecutiva, se Deus permitir.”