EQUIPA DA ADF
A Tenente-Coronel do Exército Queniano, Irene Machangoh, olhou à volta da sala, depois olhou para as mulheres que estavam sentadas à sua mesa e observou algo que elas tinham em comum que fez com que elas viessem servir os seus países.
“Todas nós acreditamos que existe poder no uniforme que vestimos,” a oficial de ligação ao estrangeiro para a Força-Tarefa Conjunta Combinada do Corno de África (CJTF-HOA) disse no encontro, em Djibouti.
O uniforme, disse ela, é um símbolo que ajuda os soldados — em particular as mulheres — a visualizarem a sua força.
Capacitar e encorajar as mulheres foi um dos muitos objectivos da reunião inaugural do Simpósio de Mulheres na Segurança, na Cidade de Djibouti, no dia 22 de Setembro.
Mais de 30 mulheres que servem nas Forças Armadas do Djibouti, Gendarmerie, Guarda Republicana, Polícia Nacional e Guarda Costeira do Djibouti juntaram-se a líderes da Itália, Japão, Quénia, Espanha e dos Estados Unidos para criar parcerias e partilhar conhecimentos.
Como parte da iniciativa da Mulher, Paz e Segurança do Departamento de Defesa dos EUA, o evento centrou-se na incorporação de uma perspectiva de género no sector de segurança.
Observando que os seus uniformes eram um símbolo de unidade para os participantes, Machangoh também disse que as mulheres partilham um laço comum e constantemente encorajam umas às outras a não desistirem.
Quatro painelistas falaram sobre as suas experiências como mulheres a servirem no exército e na polícia.
Uma painelista, Tenente-Coronel da Guarda Republicana do Djibouti, Abdirohman Ali Habone, falou dobre os desafios relacionados com o género que ela teve de vencer, alguns dos quais físicos, para subir na hierarquia.
Resumindo, ela disse que confiou em duas coisas.
“Trabalho árduo e determinação,” disse.
Uma outra painelista, Chefe-Adjunta de Missão da Embaixada dos EUA no Djibouti, Andrea Tomaszewicz, disse que a ascensão da mulher no sector da segurança requer sacrifício.
“Os sucessos da mulher não vêm sem risco,” disse. “Algumas enfrentam ira ou pior por parte dos seus parceiros ou esposos que ficam ressentidos com o sucesso de sua esposa apesar de eles terem beneficiado de maior segurança económica para as suas famílias.”
Tomaszewicz reconheceu a importância de as mulheres servirem em cargos de poder e terem um acesso igualitário ao ensino e ao capital financeiro.
Durante todo o fórum, as participantes colocaram perguntas sobre a liderança, equilíbrio entre o trabalho e a vida e ainda sobre a resposta a crises.
A coisa mais importante que uma agência de serviço pode fazer para os seus membros do sexo feminino é criar uma cultura de igualdade e apoio, disse a oradora principal, Brigadeira-General Aida T. Borras.
“Acredito que a grandeza e a excelência sempre sobressaem independentemente do seu género,” disse a comandante-adjunta da Força-Tarefa da Europa do Sul do Exército dos EUA em África. “Se investir em si mesma e ajudar os outros — sejam eles do sexo masculino ou feminino — você será sempre melhor e criará uma equipa de profissionais.”
Borras encerrou partilhando alguns conselhos: Procure oportunidades para o desenvolvimento, procure oportunidades para contribuir e procure oportunidades para prover mentoria.
“Como mulheres que servem no sector de segurança, somos observadas pelos nossos superiores, nossos colegas, nossos subordinados e pelo público,” disse. “É importante sermos o modelo de comportamento que desejamos ver nos outros. Depois procure encontrar aquelas oportunidades de levantar outras mulheres para que elas possam avançar e progredir nas suas carreiras.”