EQUIPA DA ADF
Com o número de infecções pela COVID-19 a reduzir em toda a África Austral, a liderança da África do Sul aliviou algumas das restrições sociais colocadas em vigor em meados deste ano para lutar contra a terceira vaga de infecções.
O presidente Cyril Ramaphosa anunciou a mudança para o nível 2 de restrições em meados de Setembro depois de consultas entre o Conselho de Ministros e o Conselho de Comando Nacional do Coronavírus (NCCC, na sigla inglesa).
“Embora a terceira vaga ainda não tenha terminado, observamos um declínio constante no número de infecções em todo o país nas últimas semanas,” Ramaphosa disse durante uma transmissão nacional.
A decisão faz com que a África do Sul volte à posição em que se encontrava em finais de Maio, pouco antes da terceira vaga ter iniciado. A terceira vaga atingiu o pico no início de Julho e, apesar do ligeiro aumento em finais de Agosto, registou um declínio regular desde então.
A média da taxa diária de infecções do país baixou em 29% nas duas semanas que antecederam o anúncio de Ramaphosa. Desde o começo da pandemia no início de 2020, a África do Sul registou aproximadamente 3 milhões de casos e mais de 86.000 mortes.
Ramaphosa disse que as autoridades de saúde pública iriam prestar mais atenção às províncias do Cabo Setentrional e do Estado Livre, onde as taxas de infecção, embora baixassem, permaneciam muito elevadas em relação às outras partes do país.
Mesmo numa altura em que a terceira vaga da África do Sul reduz, o país está a observar a variante C.1.2. que sofreu grandes mutações e que apareceu vários meses atrás. Até esta altura, a variante representa menos de 3% dos casos de COVID-19. Outras variantes que têm o potencial de reverter a trajectória descendente das infecções da África do Sul foram registadas em todo o continente.
Num país com o maior número de casos de COVID-19, o declínio da terceira vaga de infecções da África do Sul está a ajudar a reduzir as taxas de infecção em toda a região. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa global de infecções de África reduziu até 23% no início de Setembro e tem vindo a decrescer desde Julho. O declínio foi motivado por quedas acentuadas na África Austral e na África do Norte.
“Este é um sinal encorajador,” disse a Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África, no dia 9 de Setembro. Ela observou, contudo, que a actual taxa de infecções — 165.000 casos por semana — é ainda mais elevada do que a vaga anterior no seu pico.
As restrições de nível 2 da África do Sul exigem:
- Um recolher obrigatório que vai das 23:00 horas às 04:00 horas.
- Restaurantes, bares e ginásios encerram as 22:00 horas.
- Aglomerados limitados a 250 pessoas em lugares fechados (tendo aumentado dos 50 anteriores) e 500 em lugares abertos (tendo aumentado dos 100 anteriores).
Juntamente com estas alterações, as vendas de bebidas alcoólicas agora são permitidas das 10:00 horas às 18:00 horas, de segunda-feira a sexta-feira.
“Estas medidas serão revistas daqui a duas semanas, dependendo do estado da pandemia,” disse Ramaphosa.
Embora o nível 2 alivie algumas restrições, outras continuam em vigor, tais como:
- Vigílias nocturnas e actividades pós-funerais ainda são proibidas.
- Os espectadores não podem comparecer em eventos desportivos.
- Cruzeiros são proibidos.
As fronteiras terrestres do país também continuam encerradas e com algumas excepções.
Ramaphosa apelou aos sul-africanos a continuarem a usar máscaras e a tomarem as precauções para evitar a propagação da COVID-19. O objectivo é evitar uma quarta vaga de infecções durante as festas, disse.
“É necessário enfatizar que a terceira vaga ainda não terminou,” disse Ramaphosa. “É apenas através das nossas acções, individual e colectivamente, que seremos capazes de reduzir o número de novas infecções.”