EQUIPA DA ADF
Embora tenha havido uma carência de doses da vacina contra a COVID-19, a Costa do Marfim tem sido um dos líderes em África em termos de procurar proteger os seus cidadãos da doença. Agora o país está a levar os seus esforços de vacinação adiante através do envio de dezenas de clínicas móveis para locais muito agitados de Abidjan, a sua maior cidade e capital económica.
A Costa do Marfim recebeu as suas primeiras doses de vacinas em finais de Fevereiro. O país começou com as vacinações no dia 1 de Março, tendo sido o primeiro país do mundo a fazê-lo através da iniciativa COVAX. A Organização Mundial de Saúde (OMS); a Gavi, a Aliança da Vacina; a Coligação para as Inovações de Preparação para a Epidemia; e o UNICEF lideraram a iniciativa.
“O programa desempenha um papel crucial,” Kouacou Epa, especialista de imunização no UNICEF, disse à Voz da América. “Sabemos que as vacinas estão a ser utilizadas mais nos países desenvolvidos, mas sabemos que o coronavírus também está aqui na Costa do Marfim e em outros países em vias de desenvolvimento. O que a COVAX está a fazer é garantir que as vacinas estejam disponíveis em quantidade e em qualidade para ajudar os países a atingirem a imunidade comunitária, acabarem com a doença e, se possível, voltarem a viver normalmente como antes.”
Até princípios de Julho, o país tinha administrado cerca de 800.000 doses, tendo alcançado cerca de 3% da população. Com as unidades móveis, o objectivo do país era de tratar de um número adicional de 200.000 pessoas num período de um mês.
Para alcançar esse número, as autoridades estavam a visitar os lugares mais agitados da cidade, incluindo os seus enormes mercados a céu aberto, onde a maior parte dos seus 5 milhões de habitantes fazem as compras.
“Estamos muito felizes; a aproximação favorece a todos,” compradora Minigna Keita disse à Reuters. “Eu ia ser vacinada mais tarde, mas, enquanto fazia as compras, vi que era possível ser vacinada aqui, por isso, aproveitei.”
No distrito de Treichville, profissionais de saúde utilizaram megafones para encorajar as pessoas a receberem a vacina.
“Esta manhã estava um pouco lento, mas as pessoas começaram a aparecer em grandes números depois de ver que as primeiras pessoas a serem vacinadas não tiveram nenhum problema,” Sylvie Sie, que coordena as vacinações no distrito, disse à Reuters.
A Costa do Marfim esteve adiantada em relação a muitos outros países na promoção de vacinas — incluindo em jogos de futebol — mas assim como em muitos outros países, os esforços inicialmente foram recebidos com indiferença e suspeita. As autoridades sanitárias disseram que tiveram de vencer a desinformação sobre a segurança e a eficácia da vacina.
O país esperava receber outros 1,2 milhões de doses antes do fim de Julho. O serviço de notícias da Bloomberg comunicou que o país está a adquirir doses adicionais a partir de fontes europeias de fora do programa da COVAX.
A Costa do Marfim, assim como outros países, está a dar incentivos para que as pessoas recebam a vacina, incluindo bilhetes gratuitos de entrada para um jogo de futebol entre as selecções nacionais da Costa do Marfim e do Burkina Faso.
As autoridades sanitárias da Costa do Marfim disseram à Voz da América que para além das vacinas, elas continuarão a realizar testes do vírus. Para além disso, possuem um sistema de cadeia de frio pronto para a conservação de vacinas que exigem temperaturas mais baixas de armazenamento.
O Banco Mundial tomou nota das iniciativas daquele país e concordou em ajudá-lo a obter equipamento para os seus postos de saúde menores. A Costa do Marfim e o Banco Mundial alcançaram um acordo de financiamento avaliado em 300 milhões de dólares para a obtenção de empréstimos para a aquisição ou aluguer de equipamento.
O Primeiro-Ministro Patrick Achi espera que o país algum dia possa ser um líder regional em matérias de medicina.
Achi disse à Reuters que um dos objectivos é ajudar a garantir que os postos de saúde do país “tenham a possibilidade de se tornarem em hospitais e hospitais sub-regionais, para que a Costa do Marfim seja um destino preferencial em termos de hospitais — um centro médico.”