EQUIPA DA ADF
Existe um novo tipo de funcionário da linha da frente do sector de saúde na África do Sul, um que é imune à COVID-19 e ajuda pacientes, enfermeiros e médicos.
Os irmãos Quintin e Salma juntaram-se à unidade de cuidados intensivos (UCI) do Hospital Tygerberg, na Cidade do Cabo, pouco depois do início da pandemia. São robots que providenciam videoconferências bilaterais — como um iPad colocado no topo de um poste com rodas.
Eles permitem que médicos e enfermeiros façam rondas virtuais sem contacto, o que significa poupar o precioso equipamento de protecção individual. Outra coisa de igual importância é que os robots levantam o ânimo dos pacientes em isolamento, com a doença altamente contagiosa, facilitando a sua ligação com os seus familiares.
“Alguns pacientes ficam numa UCI por muito tempo e torna-se realmente difícil para eles,” Dra. Kerry Louw, psiquiatra da faculdade de medicina e ciências de saúde da Universidade de Stellenbosch e do Hospital de Tygerberg, disse num comunicado de imprensa. É “uma forma de angústia psicológica, que envolve medo da morte, dor inesperada e privação sensorial.”
Entram o Quintin e a Salma. Eles podem aproximar-se a uma cama para que o paciente possa comunicar com familiares e amigos, às vezes, durante várias horas.
“É confortante ver os sorrisos dos pacientes depois de comunicarem com os seus familiares,” disse Louw. “Fez uma grande diferença.
“Nalguns casos, os pacientes não estavam acordados quando os familiares comunicavam com eles, mas mesmo assim foi marcante. Fomos capazes de organizar conversas de últimos momentos da vida para que as pessoas pudessem despedir-se. Um membro da família quereria estar presente no momento da morte, e nós possibilitamos que ele esteja lá com o paciente.”
A África do Sul foi o país mais afectado do continente, com mais de 40% de todos os casos. O governo do Cabo Ocidental informou à ADF que registou um total de 4.217 casos de COVID-19 e 268 mortes em Tygerberg até ao dia 28 de Outubro. Entre o pessoal de saúde, foram registados 912 casos com seis mortes.
O Quintin juntou-se à UCI de Tygerberg depois de Coenie Koegelenberg, professor de pulmonologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Stellenbosch, procurar por formas através das quais médicos e enfermeiros poderiam fazer “rondas virtuais.”
“Liguei para a minha esposa e partilhei o que tinha em mente,” disse num comunicado. “Eu tinha pensado em utilizar uma ‘câmara babá’ engraçada que ela tinha comprado alguns anos atrás.”
Em vez disso, a sua esposa, a dermatologista Suretha Kannenberg, sugeriu que utilizassem o Double Robotics Double 2, da Sunskill Laboratory, uma unidade de treinamento de alta tecnologia, dentro da Stellenbosch. A Sunskill concordou em emprestar o Quintin à UCI até ao final da pandemia.
A Salma veio semanas mais tarde quando Smollan, uma empresa de soluções locais de retalho, doou o seu robot Double 2 ao Koegelenberg.
“Quando ouvimos falar sobre o papel do Quintin de ajudar os pacientes e os médicos da linha da frente da pandemia, soubemos que podíamos acrescentar mais de apoio com o nosso robot, que possui características semelhantes,” o executivo inovador da Smollan, Rudi Nienaber, disse num comunicado.
“Apesar de os robots já terem desempenhado um papel nos cuidados da saúde antes, o seu apoio vital prestado sob condições infecciosas da COVID-19 irá ajudar a acelerar o seu uso no campo da medicina e prestar assistência na expansão de procedimentos necessários para ajudar a conter a propagação da pandemia no país.”