Ao longo da história de África, existiram exércitos ferozes e poderosos, mas poucos foram tão espectaculares como os Cavaleiros de Oyo.
O Reino de Oyo teve o seu início por volta de 1300 d.C., no que hoje é o sul do Benin e o oeste da Nigéria. Oyo rapidamente tornou-se um centro comercial transaariano. O povo Yoruba comercializava sal, couro, nozes de cola, marfim, tecidos e escravos. O clima de Oyo, na região da savana a norte das florestas tropicais, tornava-o relativamente livre da infestação da mosca tsé-tsé, o que, por sua vez, facilitava a criação de animais saudáveis. A excelência dos cavalos de Oyo tornou-os o seu produto mais famoso.
Todo este comércio tornou o Império de Oyo rico. A riqueza provinha dos impostos, chamados tributos, pagos pelos reinos vizinhos.
Com tanta riqueza, o reino optou por investir no seu exército, especialmente na formação de uma cavalaria habilidosa. Esses cavaleiros eram a espinha dorsal do exército de Oyo, conhecidos pela sua habilidade equestre, bravura em batalha e aparência impressionante. Eles não tinham pares entre os reinos vizinhos em termos de mobilidade e velocidade. No seu auge, a cavalaria contava com 100.000 cavaleiros.
Os líderes militares de Oyo perceberam que os outros exércitos se sentiam intimidados pelos seus cavaleiros e aproveitaram esse medo. Os Cavaleiros de Oyo usavam trajes de batalha elaborados e dramáticos, com túnicas e cocares de cores vivas, e estavam armados com lanças, espadas e escudos. Os seus cavalos eram adornados com penas, decorações elaboradas e armaduras pesadas. Diz-se que a visão dos Cavaleiros de Oyo a entrar em batalha era aterradora e inspiradora.
No entanto, o sucesso militar do império não se devia apenas à cavalaria. O exército de Oyo era uma força de combate bem equilibrada, com arqueiros e infantaria.
Apesar da sua reputação formidável, os Cavaleiros de Oyo não eram invencíveis. As Guerras de Daomé, que começaram em 1728 contra um reino vizinho, expuseram algumas das fraquezas da cavalaria. Os guerreiros de Daomé, armados com armas de fogo, descobriram que o som dos tiros assustava os cavalos de Oyo, atrapalhando as suas investidas. Além disso, os Daomés construíram fortificações e trincheiras que neutralizaram a eficácia da cavalaria. Os Oyo foram forçados a adaptar as suas tácticas e a confiar mais na infantaria em determinadas situações. Foram necessárias 11 invasões, mas os Oyo, em grande parte graças à força da sua cavalaria, derrotaram os guerreiros de Daomé em 1748.
Na sua época, era o maior império de língua Yoruba e um dos reinos mais importantes de toda a África Ocidental. No final do século XVIII, o império exercia uma influência considerável não só sobre a maioria dos outros reinos de língua Yoruba, mas também sobre a maioria dos Estados africanos vizinhos.
O Reino de Oyo perdurou, com vários graus de poder e influência, por mais de 500 anos. O fim do reino veio de dentro, quando as lutas políticas palacianas corroeram o poder do rei a tal ponto que ele não conseguiu mais manter a lealdade dos seus chefes. Com o poder reduzido na capital, o reino acabou por fragmentar-se em partes menores.
Hoje, é mais lembrado pelo seu período de grande riqueza e influência. E é lembrado pelos seus cavaleiros, que tiveram um impacto duradouro na história do continente.