EQUIPA DA ADF
Uma operação conjunta de quatro meses da Interpol e da Afripol, envolvendo 25 países, ajudou a travar esquemas de crime cibernético que roubam pessoas vulneráveis e prejudicam as economias nacionais. A Africa Cyber Surge II teve início em Abril de 2023. Em Agosto, as autoridades tinham detido 14 pessoas acusadas de aplicar fraudes na internet em países como os Camarões, as Maurícias e a Nigéria.
A operação foi realizada após a primeira Africa Cyber Surge, em 2022. Ambas as operações recordam que a rápida disseminação da internet e da tecnologia dos smartphones em África ocorreu, em muitos casos, sem as necessárias protecções contra os burlões online e outros agentes maliciosos, segundo os especialistas.
Os organizadores da Africa Cyber Surge II afirmaram que os países precisam de estabelecer parcerias transfronteiriças para proteger os seus cidadãos.
“As operações coordenadas, como a Cyber Surge, são necessárias para desmantelar as redes criminosas e criar níveis de protecção individuais, organizacionais e sociais,” o director-executivo interino da Afripol, Jalel Chelba, disse num comunicado.
Entre os ataques mais comuns está o phishing, um ataque cibernético que leva as pessoas a abrir e-mails e mensagens de texto que libertam códigos maliciosos para os seus sistemas informáticos e smartphones. Uma outra táctica é a utilização de ransomware, em que os piratas informáticos injectam código que bloqueia um sistema informático até que o proprietário pague para o restaurar.
A Africa Cyber Surge II invocou o tipo de cooperação transfronteiriça que os peritos em segurança cibernética consideram necessária. Entre os detidos encontram-se três pessoas dos Camarões envolvidas na venda fraudulenta de obras de arte no valor de 850.000 dólares. Os indivíduos foram capturados com a cooperação das autoridades da Costa do Marfim.
Para além destas detenções, o programa também:
Eliminou 185 endereços da internet ligados a actividades maliciosas na Gâmbia.
Permitiu que as autoridades dos Camarões encerrassem dois sites da darknet.
Permitiu que as autoridades quenianas encerrassem 615 sites que alojavam malware — software normalmente associado a burlas na internet, como phishing e ransomware.
“A operação Africa Cyber Surge II conduziu ao reforço dos departamentos de cibercrime nos países-membros, bem como à solidificação de parcerias com intervenientes cruciais, como as equipas de resposta a emergências informáticas e os fornecedores de serviços de internet,” afirmou o Secretário-Geral da Interpol, Jürgen Stock, num comunicado em que anunciou os resultados da investigação.
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