Zâmbia Trabalhar para Construir o ‘Exército do Povo’

EQUIPA DA ADF

O Exército da Zâmbia decidiu transformar-se, com um novo enfoque sobre o conceito civil-militar e iniciativas para profissionalizar os seus oficiais não-comissionados (NCO), desenvolver as forças alistadas e melhorar as relações públicas com a sociedade zambiana.

A Sargento Betty Kaluwa, especialista em comunicações e protocolo, na Direcção de Relações Públicas e Ligação com o Estrangeiro, do Exército da Zâmbia, chamou ao esforço “uma mudança de paradigma monumental” e referiu-se ao princípio orientador de um “Exército do Povo.”

“A transformação do Exército da Zâmbia num Exército do Povo significa uma evolução abrangente que engloba a transparência, o envolvimento do público, o compromisso de cumprir os deveres constitucionais e a comunicação responsável no interesse da segurança nacional,” escreveu num artigo publicado no jornal Zambia Daily Mail a 11 de Novembro.

O Exército diz que a sua missão é proteger a nação, prevenir conflitos, lidar com catástrofes e treinar e preparar-se para o futuro.

Kaluwa descreveu algumas das novas iniciativas:

  • Envolver o público através de uma comunicação transparente e sistemática em diversas plataformas de comunicação: “A transição da natureza tradicionalmente velada das operações militares para a abertura é um passo significativo,” escreveu.
  • Apoiar a Constituição da Zâmbia e alinhar-se pelos princípios democráticos: “Isso assegura que as forças armadas funcionem como uma entidade protectora sob a supervisão de civis, reforçando assim a responsabilidade das forças armadas.”
  • Equilibrar a transparência com a salvaguarda das informações confidenciais é crucial para a segurança nacional: “Este equilíbrio não é apenas essencial; é a base de operações militares responsáveis.”
  • Destacar a dedicação, o profissionalismo e a diplomacia: “Trata-se de redefinir a própria essência do serviço militar… mostrar os soldados não só como protectores, mas também como embaixadores da nação.”
  • Contribuir para as missões de manutenção da paz das Nações Unidas e da União Africana em zonas de conflito em todo o mundo: Isso exemplifica “a dedicação mais alargada do Exército à paz e à estabilidade globais.”

O Coronel (reformado) Hamwwinde Munamunungu assistiu na primeira fila à evolução do Exército da Zâmbia desde os seus primeiros dias de comando expatriado na década de 1960 até ao presente, o que lhe deu “grande orgulho por ter feito parte do seu crescimento e modernização.”

Atribui ao General Kingsley Chinkuli a visão de estabelecer rapidamente um projecto para as forças armadas depois de se ter tornado o primeiro comandante indígena do Exército da Zâmbia, em 1970.

“Já vi de tudo,” escreveu Munamunungu numa série de recordações históricas publicadas na página da internet do Exército. “Não havia brigadas de infantaria, nem regimentos de artilharia, nem regimentos blindados, nem regimentos de engenharia, nem direcção de informações e segurança, nem investigação e desenvolvimento, nem batalhões de ordenanças. Nem isto, nem aquilo.

“Estava literalmente a começar do princípio de tudo o que um exército deve ser.”

Estes esforços deliberados do Exército para se transformar continuam sob a liderança do Tenente-General Dennis Alibuzwi, que entrou para o Exército da Zâmbia em Agosto de 1983 e foi nomeado comandante em Agosto de 2021.

A sua visão declarada é “transformar o Exército numa força altamente profissional, através de uma formação adequada, da modernização e da melhoria do bem-estar dos oficiais e dos soldados.”

Um porta-voz disse que Alibuzwi procura ter “um exército profissional e eficiente que satisfaça as aspirações do povo da Zâmbia até ao ano de 2025.”

Kaluwa considera que a consolidação das relações civis-militares e a promoção do espírito de um Exército do Povo se enquadram na Visão 2025 de Alibuzwi.

“Esta transformação sublinha a dedicação inabalável dos militares à responsabilização e à ligação com as pessoas que servem, reflectindo um compromisso mútuo para com a segurança e a prosperidade da nação,” escreveu.

“Esta viagem não só redefine as forças armadas, como também redefine a própria essência da segurança nacional num quadro democrático, criando um precedente poderoso para as nações de todo o mundo.”

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