Uganda Impede Atentados Bombistas das Forças Democráticas Aliadas Contra Igrejas

EQUIPA DA ADF

No dia15 de Outubro, as autoridades ugandesas impediram as Forças Democráticas Aliadas de bombardear duas igrejas no centro de Kibbi, cerca de 50 quilómetros a oeste de Kampala, a capital nacional.

As bombas estavam ligadas a sistemas de som públicos e eram enviadas aos pastores disfarçadas de presentes. No entanto, os cidadãos suspeitaram dos aparelhos e alertaram a polícia, segundo o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, que atribuiu a conspiração à organização terrorista.

As Forças Democráticas Aliadas estão ligadas ao grupo do Estado Islâmico (EI) e visam frequentemente cristãos na sua propaganda.

“O plano maléfico foi frustrado,” disse Museveni no X, antigo Twitter. Também exortou as pessoas a “não aceitarem presentes de estranhos.”

Nesse mesmo dia, os ataques aéreos ugandeses contra quatro posições das Forças Democráticas Aliadas na República Democrática do Congo (RDC) mataram “um bom número” de terroristas, disse Museveni, que acrescentou que os rebeldes “estão a entrar novamente no Uganda e a tentar cometer alguns actos terroristas aleatórios.”

As Forças Democráticas Aliadas estavam inicialmente baseadas no oeste do Uganda na década de 1990, quando pegaram em armas contra Museveni. Após a sua derrota pelo exército ugandês em 2001, mudaram-se para a província de Kivu do Norte, no leste da RDC.

Na RDC, mataram 5.000 pessoas desde 2013, de acordo com um estudo recente efectuado pelo Programa sobre Extremismo, da Universidade George Washington. O grupo é maioritariamente financiado por operações ilegais de exploração mineira e madeireira e por raptos para obtenção de resgate. Os analistas dizem que também recebe financiamento do EI.

Nos últimos meses, o grupo tem vindo a atacar cada vez mais o Uganda.

Em meados de Junho, invadiu a Escola Secundária de Mpondwe Lhubiriha, perto da fronteira do Uganda com a RDC. O ataque nocturno matou 42 pessoas, incluindo 37 alunos, que foram atacados com catanas, baleados ou queimados até à morte. Seis outros alunos foram raptados.

No dia 13 de Outubro, homens armados das Forças Democráticas Aliadas atacaram um camião civil que transportava cebolas perto de Bwera, a menos de 3 quilómetros da fronteira com a RDC. Pelo menos uma pessoa foi morta.

Quatro dias depois, as Forças Democráticas Aliadas reivindicaram a responsabilidade por um ataque a um veículo de safari turístico que matou um casal recém-casado da África do Sul e do Reino Unido e o seu guia local, no Parque Nacional Rainha Isabel, no oeste do Uganda.

Nas redes sociais, Museveni condenou o “acto cobarde” e prometeu que os terroristas “pagarão com as suas próprias vidas miseráveis.” Acrescentou que as autoridades ugandesas não permitiriam mais “erros” que permitiram ao grupo atacar dentro do parque de vida selvagem.

Museveni escreveu que “houve algumas falhas no tratamento destes remanescentes” das Forças Democráticas Aliadas. “A UWA [Autoridade da Vida Selvagem do Uganda] estava a vigiar os turistas quando estes entravam no parque. No entanto, aparentemente, os turistas chegavam e partiam individualmente. Foi esta lacuna que eles utilizaram.”

Este ataque elevou para quatro o número de ataques das Forças Democráticas Aliadas no Uganda desde Dezembro, de acordo com um relatório do Long War Journal, publicado pelo instituto de investigação
Fundação para a Defesa das Democracias
, em Washington.

Os recentes ataques sugerem que o grupo está a tentar restabelecer uma presença sustentada no oeste do Uganda pela primeira vez desde 2007, Caleb Weiss e Ryan O’Farrell, analistas seniores da
Bridgeway Foundation
, escreveram para o Long War Journal. A fundação é uma organização dedicada ao fim e à prevenção de atrocidades em massa.

Os ataques transfronteiriços são semelhantes às tácticas utilizadas pelo grupo durante a sua insurgência no início da década de 2000.

“Dadas as tendências tácticas do passado, a incursão continuará provavelmente a visar civis e poderá, em última análise, procurar restabelecer uma presença sustentada da guerrilha no oeste do Uganda — tudo em nome do Estado Islâmico,” escreveram Weiss e O’Farrell.

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