Forças Quenianas Transportam Tropas do Burundi Para a Missão no Leste da RDC
EQUIPA DA ADF
Quando cerca de 100 homens das Forças de Defesa Nacional do Burundi precisaram de ser transportados, por via aérea, para o volátil leste da República Democrática do Congo (RDC), as Forças de Defesa do Quénia ofereceram-se para levá-los para lá.
O contingente do Burundi uniu forças com o Quénia, Sudão do Sul e Uganda, todos eles a operarem na Força Regional da Comunidade da África Oriental ou EACRF. Em meados de Março, Angola anunciou que irá também enviar uma unidade militar para a região.
As tropas do Burundi foram destacadas para Saké, a cerca de 30 quilómetros de Goma, a capital da província do Kivu do Norte, assim como Kitshanga e Kilorirwe. O objectivo primário é garantir o cessar-fogo frágil acordado com o grupo insurgente do M23.
“O M23 deve sair das zonas que ocupa e ir para onde for dirigido,” disse o General Emmanuel Kaputa, comandante-adjunto da EACRF aquando da chegada das tropas do Burundi. “E nós iremos certificar que protegemos estas zonas .”
Em muitas partes de África, uma falta de transporte aéreo estratégico impede que os exércitos movimentem tropas e equipamento de um país para outro. Isso pode também reduzir a entrega de suprimentos essenciais como produtos alimentares e medicamentos depois de um desastre natural.
O General da Força Aérea Ruandesa, Jean Jacques Mupenzi, destacou a sua importância durante o Simpósio de Chefes das Forças Aéreas Africanas, do ano passado, no Ruanda.
“A nossa região é vasta [e] caracterizada por infra-estruturas limitadas de transporte, exigindo, deste modo, mecanismos de mobilidade aérea eficazes para cobrir as distâncias, apoiar o reabastecimento das tropas no teatro… e participar em actividades de ajuda humanitária,” afirmou Mupenzi, numa reportagem da revista Air & Space Forces. “Reforçar a cooperação regional no domínio aéreo é de suma importância para responder aos desafios de segurança comuns no continente.”
Os líderes do continente pretendem criar um Mecanismo de Partilha de Transporte Aéreo subordinado à União Africana para partilhar recursos aéreos e movimentar tropas e equipamento para onde forem mais necessários em tempos de crise.
O contingente do Burundi enfrentou violência quase que imediatamente quando o grupo rebelde do M23 atacou a base do exército do Burundi e um acampamento para pessoas deslocadas, um dia depois da sua chegada. O ataque violou o cessar-fogo que havia entrado em vigor no dia anterior. O cessar-fogo fracassado seguiu várias outras iniciativas de paz fracassadas.
“Esses ataques foram realizados com morteiros de 82 [milímetros] e 120 [milímetros], causando danos enormes,” Coronel Kaiko Ndjike, porta-voz do governador do Kivu do Norte, disse ao jornal The East African.
Confrontos violentos entre as forças regionais e os grupos rebeldes armados obrigaram a fuga de 300.000 pessoas para o leste da RDC, somente em Fevereiro.
“Os civis continuam a pagar a pesada e sangrenta factura pelos confrontos, incluindo mulheres e crianças que dificilmente escaparam da violência e agora dormem ao ar livre, em locais espontâneos ou organizados, cansadas e traumatizadas,” Matthew Saltmarsh, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), disse na página da internet daquela agência.
As equipas do ACNUR comunicaram violações de direitos humanos nos territórios de Masisi e Rutshuru, “incluindo mortes arbitrárias, raptos, extorsões e violações sexuais,” acrescentou Saltmarsh.
Cerca de 5,5 milhões de pessoas ficaram deslocadas na RDC, em Novembro, e mais de 500.000 fugiram para o Uganda, de acordo com o ACNUR.
Até meados de Março, o M23 havia avançado para mais próximo de Goma, que possui uma população de 1 milhão de habitantes. Em Saké, tropas armadas apertadas em camiões grandes passam por grupos de pessoas que transportam o que eles podem enquanto abandonam a cidade.
De acordo com um cronograma adoptado pelos líderes da África Oriental, em Fevereiro, todos os grupos armados devem retirar-se do leste da RDC até 30 de Março.
Les M23 doivent quitter les zones qu’ils occupent pour aller là où on leur a indiqué et nous nous allons nous assurer de protéger ces zones”, a dit le général Emmanuel Kaputa, commandant adjoint de la force régionale de l’EAC.
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