Enquanto os líderes procuram estimular o crescimento económico, muitos estão a recorrer à famosa economia azul. Os países africanos estão posicionados para beneficiar-se deste foco no comércio marítimo e na segurança.
O continente possui 38 países costeiros e localiza-se numa intersecção de principais rotas do comércio que ligam Europa, Ásia e as Américas. Até 2030, espera-se que a economia dos oceanos de África duplique em comparação com 2010 e empregue milhões de mais pessoas.
Mas este crescimento não está garantido. A pirataria e os assaltos à mão armada no mar prejudicam o comércio. A pesca ilegal saqueia recursos naturais valiosos. A poluição destrói os ecossistemas marinhos e afugenta os turistas.
Os profissionais de segurança conhecem os altos riscos envolvidos e já começaram a alcançar algumas vitórias. Em 2021, os ataques de piratas baixaram para os seus níveis mais baixos em 27 anos. Os ataques baixaram em mais do que a metade no Golfo da Guiné, que tinha sido o pior foco de pirataria no mundo. No Golfo de Áden e ao largo da costa da Somália, a pirataria baixou ainda mais com apenas um único ataque registado.
Este sucesso deve-se à estreita cooperação entre os países costeiros e os parceiros internacionais. Os países estão a investir em ferramentas de conscientização do domínio marítimo para dar uma melhor imagem das embarcações que operam nas suas costas. Também partilham informações para que as embarcações não atravessem as fronteiras marítimas para se evadirem e não serem capturadas nem para explorarem áreas de fraca fiscalização. Alguns estão a actualizar as leis para certificar que os piratas possam ser processados judicialmente quando forem encontrados.
Os países devem aplicar esta mesma decisão para outras ameaças. A pesca ilegal lesa o continente em bilhões de dólares anualmente. Os arrastões estrangeiros de grande dimensão estão a dizimar os locais de pesca com práticas prejudiciais e insustentáveis. Para acabar com isso será necessária uma vigilância de alta tecnologia e leis mais fortes. Da mesma forma, o tráfico de drogas na África Ocidental retomou a níveis jamais vistos desde os meados de 2000. Os países costeiros que são alvos de traficantes estão a enfrentar níveis crescentes de violência, corrupção e vício. Para inverter esta tendência, será necessário que haja partilha internacional de inteligência e cooperação doméstica entre o exército, a polícia e as agências governamentais.
Nada disso será fácil. Para que as marinhas do continente derrotarem as ameaças marítimas, elas devem comprometer-se com a formação ao longo da carreira, superioridade tecnológica e manutenção das suas frotas. Mas o ganho será digno do esforço. Manter a segurança dos mares abre as portas para novos investimentos. Proteger os ecossistemas marinhos hoje oferece esperanças para o amanhã.
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