Para ajudar o Benin a combater a pirataria e outros crimes marítimos no Golfo da Guiné, o governo dos EUA efectuou a entrega de uma nova embarcação de patrulha para aquele país, em Dezembro. Os EUA também ajudaram a construir uma nova casa de barcos, uma oficina de manutenção e uma rampa de lançamento para acomodar a embarcação.
Também promoveu uma
formação para a Unidade da Polícia Marítima e Fluvial Especial do Benin, ou USPFM, através do Comando dos EUA para África, ou AFRICOM.
“O Golfo da Guiné possui alguns dos maiores incidentes de pirataria marítima do mundo e antes de receber a embarcação e outros aspectos do programa, a Polícia Marítima tinha pouca capacidade para efectuar a patrulha ou interditar,” Oficial-Adjunto de Assuntos Policiais e Marítimos, Matthew Briggs, da Embaixada dos EUA, no Benin, disse num comunicado de imprensa.
As autoridades efectuaram a entrega da casa de barcos e das instalações de manutenção antes da pandemia da COVID-19 e a USPFM tem utilizado as instalações para apoiar as suas operações regulares e necessidades de manutenção. O novo lançamento de concreto substitui uma rampa de brita simples que não seria capaz de suportar a nova embarcação.
“Estas são instalações muito boas e modernas que fornecemos para o lançamento e manutenção das embarcações,” Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, Engenheiro de Projecto do Distrito da Europa, Chris De Pooter, disse num comunicado de imprensa. “Penso que irão trazer grandes benefícios para a comunidade como um todo. É realmente um bom projecto e estou feliz de podermos ter feito parte dele.”
Embora a região seja considerada um foco de concentração da pirataria, o número de incidentes baixou recentemente. Dos 90 incidentes de pirataria e assaltos à mão armada, a nível global, comunicados entre Janeiro e Setembro de 2022, 13 foram registados no Golfo da Guiné, em comparação com 27 no mesmo período de 2021, de acordo com o Centro de Políticas de Segurança de Genebra.
O Golfo da Guiné é também considerado um foco de concentração a nível global da pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, que lesa a África Ocidental em aproximadamente 2,3 a 9,4 bilhões de dólares anualmente, dizima as unidades populacionais de peixe e destrói os ecossistemas.
O governo do Benin recentemente colaborou com outros países e trabalhou para aumentar a transparência nas suas frotas de pesca.
Em 2021, o Benin assinou um pacto com Gana e Togo para trabalhar em conjunto a fim de reduzir a pesca ilegal.
O programa de melhoramento da governação regional dos locais de pesca da União Europeia financiou o acordo entre os três países. Para além de patrulhas no mar, os países partilham informação do Centro Regional de Monitoria, Controlo e Vigilância do Gana.
Alguns pescadores do Benin comunicaram que as unidades populacionais de peixe parecem estar a recuperar-se lentamente, embora muitas pessoas ainda tenham dificuldades de conseguir o seu sustento.
Em 2022, o Benin tornou-se o primeiro país africano a fazer com que os movimentos das suas frotas de pesca fossem publicamente visíveis, através de um acordo com a Global Fishing Watch (GFW). Nos termos do acordo, os barcos do Benin são rastreados através de um sistema de monitoria de embarcações e o país partilha os seus dados com a GFW, que, por sua vez, os apresenta no seu mapa online.
O governo do Benin está “comprometido em erradicar a pesca ilegal nas nossas águas e está a tomar todas as medidas necessárias para garantir que haja pescas sustentáveis,” o ministro da Agricultura, Pecuária e Pescas do Benin, Gaston Cossi Dossouhoui, disse à SeafoodSource.