EQUIPA DA ADF
O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa ACDC) assinou um acordo com a empresa farmacêutica americana Pfizer para trazer suprimentos do comprimido antiviral Paxlovid para o continente.
Um estudo de Novembro de 2021 demonstrou que o comprimido é quase 90% eficaz na prevenção de internamentos e mortes relacionados com a COVID-19 em adultos de alto risco quando administrado dentro de três dias do aparecimento dos sintomas. De acordo com o memorando de entendimento (MdE) com a Pfizer, os países africanos irão receber os comprimidos a baixos custos, ficando a empresa sem obter qualquer lucro.
O Africa ACDC procura utilizar o Paxlovid desde Janeiro. O departamento jurídico da União Africana analisou o MdE por cerca de quatro meses antes da assinatura do acordo no início de Julho.
“Seremos capazes de fazer com que este tratamento em particular esteja disponível para os países africanos,” Dr. Ahmed Ogwell Ouma, director interino do Africa CDC, disse à Al-Jazeera. Não havia clareza sobre quando os suprimentos de Paxlovid podiam chegar ao continente.
Durante o estudo de 2021, da Pfizer, não foram registadas mortes entre os pacientes que tomaram Paxlovid, em comparação com as 10 mortes entre os pacientes que receberam um placebo. A Pfizer caracterizou o Paxlovid como “um verdadeiro divisor de águas” na luta contra a COVID-19.
“Dado o contínuo impacto global da COVID-19, continuamos a estar focalizados na ciência e no cumprimento da nossa responsabilidade para ajudar os sistemas e as instituições de prestação de cuidados de saúde de todo o mundo, enquanto garantimos o acesso equitativo e amplo para as pessoas de toda a parte,” Albert Bourla, PCA da Pfizer, disse num comunicado de imprensa.
De acordo com a Pfizer, o comprimido pode ser amplamente utilizado como um tratamento caseiro e diminuir a carga sobre o sistema de saúde e ainda reduzir as infecções dos profissionais de saúde. O Paxlovid funciona bloqueando uma enzima fundamental que a COVID-19 necessita para se replicar. É composto por dois medicamentos, nirmatrelvir e ritonavir, que são tomados em simultâneo duas vezes por dia, durante cinco dias.
Em Março, o antigo director do Africa CDC, Dr. John Nkengasong, disse que a agência também estava a negociar com a empresa americana de fármacos, Merck, para obter fornecimentos do seu comprimido, Lagevrio, contra a COVID-19. Um painel da Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou o Lagevrio, em Março, para doentes de COVID-19 em alto risco, reportou a Reuters.
A OMS tinha dito que se espera que as mortes pela COVID-19 em África reduzam em aproximadamente 94% em 2022, em comparação com o ano passado.
“A nossa mais recente análise sugere que a estimativa de mortes na região africana irá diminuir para cerca de 60 por dia em 2022,” disse a Directora Regional da OMS para África, Dra. Matshidiso Moeti, durante uma conferência de imprensa virtual, em Junho. “No ano passado, perdemos em média 970 pessoas por dia.”