O presente artigo faz parte de uma série contínua.
Para conferir mais afirmações desmistificadas sobre a COVID-19, visite o primeiro artigo da série.
EQUIPA DA ADF
As redes sociais podem ser uma ferramenta eficaz para a propagação de informação precisa sobre a COVID-19 e ajudar a proteger contra a propagação da pandemia. As suas múltiplas plataformas também podem ser utilizadas para disseminar informação falsa sobre a doença, as suas origens e como tratá-la.
Centenas de mitos fomentados pelas redes sociais sobre a COVID-19 circularam e foram desmistificados desde que a pandemia começou. Este artigo, o segundo da série, expõe parte da desinformação que foi transmitida, causando paranóia, desconfiança das autoridades sanitárias e uma atitude relaxada para com uma doença que já matou 254.000 pessoas no continente africano.
Segue-se uma selecção de alegações desmistificadas sobre a COVID-19:
O Presidente Ugandês, Museveni, Não Está Morto
Contrariamente às afirmações feitas num vídeo do YouTube e partilhadas no Facebook, o presidente ugandês, Yoweri Museveni, não morreu de COVID-19 num hospital queniano.
Num rodapé de “Notícias de Última Hora,” a imagem principal do vídeo mostra Museveni a sorrir. Abaixo da foto encontram-se as palavras: “R.I.P. /Yoweri Museveni Está Morto.”
Museveni abordou a questão pessoalmente numa publicação do Twitter, em Julho de 2021, em que aparecia o vídeo de um discurso que ele proferiu no Parlamento daquele país.
“Precisamos de actuar contra as pessoas que fazem o uso erróneo das redes sociais, incluindo ugandeses no exterior,” lia-se na publicação de Museveni. “Muitos agora estão a utilizá-las para propagar notícias sem fundamento e indecorosas com total abandono. Eu apelo a segurança para investigar esta questão. Deve-se pôr um fim a isto, encontrar estas pessoas.”
Existem muitas provas de que Museveni está vivo. Por exemplo, no dia 7 de Junho, ele proferiu uma comunicação sobre o “Estado da Nação,” que foi difundida em todos os principais canais de televisão e de rádio do Uganda.
Videogame Não Está Ligado à Pandemia
Em Novembro de 2021, um utilizador do Twitter afirmou que “Omikron: A Alma Nómada,” um videogame produzido em 1999, com a trilha sonora composta por David Bowie, tinha previsto a pandemia.
Outras provas disso, de acordo com o utilizador do Twitter, foi que o jogo foi desenvolvido pela Microsoft e, por associação, Bill Gates, um proeminente alvo das teorias de conspiração sobre a COVID-19. A referida publicação do Twitter foi rapidamente partilhada no Facebook e no TikTok e traduzida para oito línguas.
Um número desconhecido de pessoas leu, acreditou e divulgou a afirmação, que era falsa.
“Este videogame não foi desenvolvido pela Microsoft/Bill Gates,” um porta-voz da Microsoft disse à AFP. O jogo foi criado pelo desenvolvedor Quantic Dream.
Não Há Vermes nem Parasitas Nas Máscaras
Um outro vídeo que circula no continente afirma que as linhas pretas nas máscaras utilizadas para prevenir a propagação da COVID-19, na verdade, são vermes ou parasitas.
O vídeo, que foi visto no Facebook, YouTube e TikTok, mostra uma pessoa a colocar uma máscara numa tigela com água a ferver. A câmara amplia as linhas pretas da máscara.
“Venham cá! Rápido! Veja como está a mexer-se! Eu juro, está a mexer-se,” um homem diz em turco. “Amigos, não usem máscaras. Este também está a crescer. Só Deus sabe quantos existem numa máscara.”
Jana Nebesarova, professora assistente do Centro de Biologia, da Academia Checa de Ciências, desmitificou o mito numa entrevista à AFP.
“Provavelmente sejam peças de tecido,” disse Nebesarova. “O ar está cheio destes fragmentos de tecido que flutuam livremente juntamente com o pólen, mofo, partes de células mortas da nossa pele [e] partes microscópicas de terra.”
Nebesarova acrescentou que as linhas “não são perigosas para uma pessoa saudável.”
O Caso do “Caixão Vazio”
Um vídeo que afirma que mostra um caixão vazio a ser baixado para a terra sugere que as autoridades ugandesas enterraram outros caixões vazios para acrescentar o número de mortes por COVID-19 naquele país.
A AFP entrou em contacto com Immaculate Masika, que confirmou que o seu pai, Franco Kabwangana Bwambaale,estava no caixão e testou positivo para a COVID-19 antes de morrer. O vídeo foi visto milhares de vezes no Facebook.
“O que está a ser afirmado, que um caixão vazio foi enterrado pelo governo, não é verdade,” disse Masika à AFP. “Como família, enterramos o seu corpo e falar de um caixão vazio a ser enterrado deve ser ignorado e o assunto deve ser deixado à parte.”
As autoridades aconselharam que o caixão permanecesse fechado, porque
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