Um aumento no número de infecções pela COVID-19 na África do Sul levou alguns especialistas a declararem que o país já entrou na sua quinta vaga da pandemia quando o mês de Maio começou.O país está a experimentar a sua maior taxa de novos casos em três meses, impulsionados pelo surgimento de sub-variantes da Ómicron. Muitos dos novos casos foram registados nas províncias de Gauteng, KwaZulu-Natal e Cabo Ocidental.“A quinta vaga já chegou. Cuidem-se, por favor!,” alertou o Centro para Resposta Epidémica e Inovação, numa publicação do Twitter, no dia 26 de Abril. O centro é liderado pelo virologista Túlio de Oliveira, que ficou famoso por ter identificado as variantes Delta e Ómicron.
No dia seguinte, África do Sul registou 6,3 novos casos por cada 100.000 pessoas e uma taxa de positividade de 16,9%, os números mais elevados em três meses.
“Com base em vagas anteriores, estes são os limites que indicam um aumento contínuo,” Ridhwaan Suliman, um investigador do Concelho para Pesquisa Científica e Industrial, um instituto de pesquisa do governo, disse no Twitter.
O escritório regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África afirmou que o número de novos casos na África do Sul, por si só, reverte a tendência de decréscimo no número de casos e de mortes que África experimentou nos últimos dois meses.
“Este ligeiro aumento é, em termos gerais, associado ao aumento no número de casos registados na África do Sul, numa altura em que o continente entra na sua época de Inverno, quando as doenças respiratórias se tornam mais comuns,” disse o Dr. Benido Impouma, director da OMS África para o Grupo de Doenças Transmissíveis e Não-Transmissíveis, durante uma conferência de imprensa, no dia 28 de Abril.
Numa conferência de imprensa do dia 29 de Abril, o Ministro de Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, disse que os internamentos hospitalares, incluindo o uso de camas de unidade de cuidados intensivos, encontravam-se em níveis estáveis, embora houvesse um ligeiro aumento no número de mortes.
Michéle Clarke, Vice-Ministra Sombra de Empresas Públicas da Aliança Democrática, disse à Voz da América que o aumento do número de novos casos já era previsível para os meses mais frios.
“As pessoas estão a agrupar-se mais,” disse Clarke. “Por isso, vê-se a propagação da COVID a acontecer porque o ambiente mudou. Mas, se olharmos para os dados que estão a ser produzidos nos grupos como, por exemplo, lares de idosos, escolas, etc., definitivamente não está a demonstrar o reaparecimento nesses grupos, até então.”
Adrian Puren, director-executivo do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, disse que embora o país tenha levantado as restrições do Estado de Calamidade Nacional adoptado na sequência da pandemia da COVID-19, outras medidas serão tomadas.
“Por isso, penso que iremos provavelmente ver uma mistura de coisas,” disse Puren à VOA. “Então, por exemplo, organizar a ventilação. Sabe, não acho que as pessoas estejam muito concentradas nisso. Mas penso que esta é uma área, especialmente para eventos em lugares fechados, escritórios, restaurantes e por aí em diante, em que isso é absolutamente importante.”
A OMS afirmou que parece haver pouca diferença em termos de gravidade entre as subvariantes da Ómicron, BA.4 e BA.5. A vaga original da Ómicron atingiu o pico na África do Sul por volta do mês de Janeiro.