AGÊNCIA FRANCE-PRESSE
O Exército dos EUA vai passar dois meses a treinar soldados de Moçambique com vista a ajudar o país a combater uma insurgência extremista no nordeste.
Insurgentes lançam ataques regulares na província de Cabo Delgado, rico em gás, desde 2017, o que resultou na morte de pelo menos 2.600 pessoas e na deslocação de pelo menos 670.000.
Além de treino, os EUA pretendem fornecer equipamento médico e de comunicações, afirmou a Embaixada dos EUA em Maputo.
Moçambique pediu apoio de empresas militares privadas para conter os ataques, mas foi alvo de críticas de grupos que acusaram os mercenários e as forças governamentais de atacarem civis.
A Embaixada dos EUA afirmou que o treino daria prioridade aos direitos humanos. “A protecção civil, os direitos humanos e o envolvimento das comunidades são essenciais para a cooperação com os EUA e indispensáveis para combater de forma eficaz o Estado Islâmico em Moçambique,” afirmou a Embaixada.
Os extremistas juraram fidelidade ao Estado Islâmico em 2019. Em Março de 2021, lançaram uma série de ataques e capturaram a cidade de Palma, perto da fronteira com a Tanzânia, onde pilharam armas e agrediram civis. O exército moçambicano reconquistou a cidade em 12 dias, mas o grupo de insurgentes destruiu edifícios governamentais e bancos durante a ocupação.
Em Março, o Departamento de Estado dos EUA definiu o grupo como terroristas, o que permitiu a utilização de ferramentas adicionais para combatê-lo. Numa declaração de anúncio do treino, a Embaixada dos EUA em Maputo afirmou que está a planear uma abordagem “holística” para combater o extremismo violento.
“Esta abordagem tem como objectivo lidar com problemas de desenvolvimento socioeconómico, bem como a situação de segurança,” afirmou a Embaixada.
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