OMS: A COVID-19 é Mais Mortal em Pacientes com Diabetes

EQUIPA DA ADF

Aumentam as preocupações de que África em breve poderá experimentar uma colisão de crises de saúde: uma epidemia de diabetes que se expande rapidamente no continente está a provar ser mais mortal numa altura em que a pandemia da COVID-19 continua a florescer.

Uma recente análise feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que as taxas de mortalidade por infecção pela COVID-19 são muito mais elevadas em pessoas com diabetes.

Dados de 13 países africanos demonstraram uma taxa de letalidade de 10,2% em pacientes de COVID-19 com diabetes, em comparação com 2,5% para todos os pacientes de COVID-19.

“A COVID-19 está a trazer uma mensagem clara: lutar contra a epidemia da diabetes em África é, em muitas formas, tão importante quanto a batalha contra a real pandemia,” Directora Regional da OMS para África, Dra. Matshidiso Moeti, disse num comunicado, no dia 11 de Novembro.

“A pandemia da COVID-19 irá eventualmente diminuir, mas projecta-se que nos próximos anos África experimente o maior aumento de casos de diabetes a nível mundial.”

Com a melhoria dos padrões de vida no continente e disponibilidade generalizada de alimentos processados com elevado teor calórico, prevê-se que o número de africanos com diabetes seja mais do que o dobro, de 24 milhões em 2021 para 55 milhões até 2045.

A vasta maioria dos casos de diabetes em África — e cerca de 90% pelo mundo inteiro — são do Tipo 2, uma vez que a má alimentação e um estilo de vida sedentário agora são mais prevalecentes. A doença causa fraca circulação de sangue e inflamação, aumentando o risco de complicações pela COVID-19.

África já registou mais de 8,6 milhões de casos de COVID-19 e aproximadamente 223.000 mortes por COVID-19, desde o início do mês de Dezembro.

A Federação Internacional de Diabetes divulgou recentemente estatísticas, demonstrando que 537 milhões de pessoas no mundo inteiro — um em cada 10 adultos — vivem com diabetes.

Pior ainda, a IDF estima que cerca de metade (44,7%) não foram diagnosticados. A OMS estima que 70% dos africanos com diabetes não sabem que têm a doença.

Aproximadamente 7 milhões de adultos morreram pelo mundo, em 2021, vítimas de diabetes ou suas complicações, incluindo 416.000 em África. Mas aqueles números não são contados como mortes pela COVID-19.

Um estudo feito pela IDF, publicado em Fevereiro, concluiu que ter diabetes do Tipo 1 ou do Tipo 2 triplica o risco de doença grave e morte pela COVID-19.

Interrompendo o acesso aos cuidados de saúde através dos confinamentos obrigatórios e restrições de viagens, a pandemia prejudicou a luta de África contra a diabetes. Também esgotou os recursos médicos do continente e desviou o foco e as finanças.

“Enquanto o mundo marca o centenário da descoberta da insulina, gostaria que pudéssemos afirmar que acabamos com o aumento da onda de diabetes,” Presidente da IDF, Dr. Andrew Boulton, disse à CNN. “Pelo contrário, a diabetes actualmente é uma pandemia de magnitude sem precedentes.

“O meu receio é que nos próximos dois anos teremos um tsunami de diabetes e suas complicações, porque as pessoas não cumpriram com a sua data marcada para as consultas devido ao medo de apanharem a COVID-19.”

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