África do Sul Aperta os Limites para Reduzir a Propagação da Variante Delta
EQUIPA DA ADF
A variante Delta da COVID-19 está a propagar-se rapidamente pela África do Sul, obrigando o governo a limitar actividades socias para procurar reduzir a propagação do vírus.
O presidente Cyril Ramaphosa disse que o sistema de saúde do país está sob uma grande pressão com os casos da variante Delta. Ele anunciou uma proibição de aglomerados em todo o país, excepto para funerais.
“As nossas instituições de saúde estão sobrecarregadas até ao limite. Temos falta de camas das UCI,” disse Ramaphosa durante uma comunicação difundida a nível nacional, em finais de Junho. Ele colocou o país no nível de alerta 4 — um passo a menos em relação a um confinamento obrigatório total. As restrições são algumas das mais rigorosas que foram impostas desde os primeiros dias da pandemia em 2020.
Para além da proibição dos aglomerados, o decreto também:
- Prorroga o período do horário do recolher obrigatório, passando a ser das 21:00 horas às 4:00 horas da manhã.
- Proíbe a venda de álcool.
- Encerra as escolas.
- Limita os restaurantes para encomendas e entregas.
- Proíbe as viagens de e para a província de Gauteng.
A província de Gauteng, que é onde se localizam Joanesburgo e Pretória, representa 64% dos novos casos de COVID-19 da variante Delta. Os pesquisadores também descobriram que a variante apareceu nas águas de esgoto das comunidades da província do Cabo Ocidental.
A variante Delta está a superar rapidamente as variantes Alfa e Beta para tornar-se a estirpe dominante no país. De acordo com o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, a variante Delta também está a tornar-se dominante nas províncias de KwaZulu-Natal, do Cabo Oriental e do Limpopo.
A variante Delta é cerca de 75% mais contagiosa do que a estirpe inicial do vírus da COVID-19. Até ao começo de Julho, a variante Delta estava presente em 21 países africanos, com 10 a experimentarem aumentos significativos, incluindo muitos localizados nas partes central e austral do continente.
Durante a última semana de Junho, África teve um acréscimo de mais de 209.000 casos de COVID-19, 31% a mais em relação à semana anterior. Metade destes casos ocorreram na África do Sul. Os países vizinhos da Zâmbia e Namíbia também tiveram milhares de novas infecções motivadas pela variante Delta.
Em termos gerais, as infecções aumentaram 29% em Junho, de acordo com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC).
“Estamos no meio da terceira vaga, uma terceira vaga que é extremamente agressiva,” director do Africa CDC, Dr. John Nkengasong, disse numa conferência de imprensa, no início de Julho.
A terceira vaga encontrou a África do Sul com metade do seu stock de vacinas existentes ainda à espera de serem administradas, de acordo com Nkengasong. Até finais de Junho, 2,7 milhões dos mais de 58,5 milhões de sul-africanos tinham sido vacinados.
A empresa sul-africana Aspen Pharmaceuticals disse que iria começar a disponibilizar cerca de 400 milhões de doses das vacinas de dose única, da Johnson & Johnson, produzidas localmente, para o uso em todo o país e além-fronteiras. Estudos demonstram que a vacina da Johnson & Johnson é eficaz contra a variante Delta, assim como o são as vacinas da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca.
Enquanto os sul-africanos esperam pelas vacinas produzidas localmente, os líderes de saúde pública apelam às pessoas para continuarem a usar as protecções não-farmacêuticas que já foram eficazes na redução da propagação da COVID-19 no passado: as máscaras, a lavagem das mãos e o distanciamento social.
“Compreendemos que muitos estão a sofrer da fadiga da COVID-19 e a ficarem relaxados no exercício das medidas de prevenção,” Adrian Puren, director-executivo interino do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, disse num comunicado. “Lembrem-se de evitar aglomerados e arregaçar as mangas quando a vacina contra a COVID-19 estiver disponível.”
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