Fundação Mastercard Contribui com 1,3 Bilhões de Dólares para a Resposta de África à COVID-19
EQUIPA DA ADF
A Fundação Mastercard anunciou em inícios de Junho que irá doar 1,3 bilhões de dólares durante três anos para fortalecer a resposta de África à COVID-19.
O dinheiro, distribuído em parceria com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), é destinado a ajudar na aquisição de vacinas para mais de 50 milhões de pessoas, melhorar a capacidade de fabrico e de entrega de vacinas assim como melhorar as instituições de saúde pública.
“Garantir o acesso e a entrega equitativos de vacinas em toda África é urgente. Esta iniciativa tem a ver com dar valor a todas as vidas e com a aceleração da recuperação económica do continente,” Reeta Roy, Presidente do Conselho de Administração da fundação, disse num comunicado. “Durante o processo, esta iniciativa irá catalisar oportunidades de emprego no sector da saúde e não só, como parte da nossa estratégia de emprego ‘Young Africa Works’.”
O compromisso feito pela fundação, criada pela empresa financeira sediada nos EUA, constitui uma das maiores doações do sector privado que ocorreram durante a pandemia.
Anteriormente, comprometeu-se em doar 40 milhões de dólares para a Parceria para a Aceleração de Testes da COVID-19 (PACT), do Africa CDC. A parceria utilizou o dinheiro para adquirir 1 milhão de kits e para formar e enviar 10.000 agentes comunitários de saúde e 80 activistas de vigilância de resposta rápida para apoiar no rastreamento de contactos.
“O facto é que esta pandemia é algo em que todos devemos centrar as nossas atenções,” director-executivo da fundação, Ajay Banga, disse à “PBS News Hour.” “Não é suficiente dizer que o governo irá resolver. Não é suficiente dizer que outra pessoa irá fazer ou que uma outra empresa ou uma outra fundação irão fazer.”
Especialistas de saúde pública, como Krishna Udayakumar, que lidera o Centro de Inovações em Saúde Global, na Universidade de Duke, aplaudiram a recente doação.
“Penso que este é exactamente o tipo de parceria que esperávamos ver — e que precisamos muito mais,” Udayakumar disse ao The Washington Post. “Precisamos de colocar bilhões e dezenas de bilhões de dólares em jogo para adquirir vacinas, mas também melhorar a capacidade de entrega e satisfazer a demanda.”
A União Africana e o Africa CDC planificaram vacinar 60% da população do continente até finais de 2022, mas até meados de Junho, menos de 2% dos residentes de África tinham recebido pelo menos uma dose da vacina contra a COVID-19.
Pelo menos cinco países africanos não tinham administrado sequer uma dose da vacina contra a COVID-19 até inícios de Junho, de acordo com o Africa CDC.
“Os números diários demonstram claramente que a pandemia ainda está a aumentar e para derrotá-la, África precisa de maior cooperação com todos, incluindo os governos, a comunidade, a imprensa e os parceiros de desenvolvimento,” Dr. John Nkengasong, director do Africa CDC, disse na página da internet do centro. “Precisamos de equipar, destacar e treinar mais profissionais de saúde o mais rápido possível e esperar que exista mais cooperação e solidariedade através da PACT.”
O Presidente dos EUA, Joe Biden, concordou em doar 25 milhões de doses da vacina contra a COVID-19 aos países de África, Ásia e da América do Sul. Os EUA também se comprometeram em adquirir 500 milhões de doses da vacina para serem doadas aos países em vias de desenvolvimento e para a UA, através da COVAX, o plano global para a distribuição equitativa de vacinas.
O bilionário dos EUA, Dr. Patrick Soon-Shiong, um cirurgião que trabalha com transplantes, que também é proprietário do jornal Los Angeles Times, anunciou em meados de Maio que irá oferecer 210 milhões de dólares para ajudar na produção de vacinas contra a COVID-19 na sua terra natal, África do Sul.
Existem menos de 10 distribuidores de vacinas em África, sediados no Egipto, Marrocos, Senegal, África do Sul e Tunísia. Mas a maior parte destas empresas lida com o empacotamento e a rotulagem, e não com o fabrico.
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