Tanzânia Instala Unidades de Produção de Oxigénio em 7 Principais Hospitais
EQUIPA DA ADF
Dando indicações de uma mudança na sua resposta à COVID-19, a Tanzânia instalou unidades de produção de oxigénio médico nos seus maiores hospitais nacionais, para ajudar a tratar pacientes do coronavírus e outros doentes em estado grave.
A demanda de oxigénio na Tanzânia aumentou dramaticamente depois de múltiplos surtos de COVID-19. As instalações, que podem encher 200 cilindros de oxigénio por dia, foram implantadas no início de Maio em sete hospitais de referência. O projecto teve o apoio do Banco Mundial.
A nova presidente, Samia Suluhu Hassan, alterou a resposta à COVID-19 da Tanzânia depois da morte, em Março, do presidente John Magufuli, um grande céptico em matérias de COVID-19, que, em Fevereiro, se recusou a procurar por vacinas.
A falta de medidas preventivas causou o surgimento de dois grandes surtos. As unidades de produção de oxigénio foram instaladas numa altura em que os especialistas em saúde receiam que uma terceira vaga venha a assolar o país.
O surto do país chegou a um nível tão grave, em Fevereiro, que sete hospitais da zona comercial de Dar es Salaam ficaram sem camas disponíveis e tiveram de devolver pacientes. Havia carência de oxigénio e de respiradores, e as unidades de cuidados intensivos estavam lotadas, comunicou a Bloomberg.
Hassan criou uma força-tarefa da COVID-19 e apelou os tanzanianos a seguirem as directrizes de saúde pública mundialmente aceites, tais como o uso da máscara e a lavagem das mãos.
Em meados de Maio, a força-tarefa recomendou que o país começasse a adquirir vacinas contra a COVID-19 através da COVAX, o plano global para a distribuição equitativa das vacinas.
As recomendações incluem a vacinação de profissionais de saúde da linha da frente, líderes religiosos, pessoas que trabalham na indústria do turismo, pessoas com mais de 50 anos de idade e aqueles que padecem de doenças crónicas.
“O comité aconselhou o governo e recomendou que a Tanzânia fornecesse informação sobre a presença da doença assim como dar passos para fortalecer todas as medidas preventivas para conter a ameaça de uma terceira vaga do vírus,” presidente da força-tarefa, Said Aboud, disse na reportagem do jornal tanzaniano, The Citizen. A Tanzânia não divulgava qualquer dado oficial sobre a COVID-19 já há um ano.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aplaudiu a nova abordagem da Tanzânia em relação à pandemia.
“Eu acolho a recomendação da força-tarefa para intensificar a resposta da Tanzânia à pandemia da COVID-19 e participar na COVAX,” Dra. Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África, disse na reportagem do The Citizen. “A OMS está completamente comprometida em apoiar os países para colocarem um fim à pandemia e avançarem com outras prioridades de saúde.”
Em meados de Maio, cientistas disseram que tinham encontrado uma variante do vírus, com altos níveis de mutação, em três pessoas que viajavam de Tanzânia para Angola, comunicou o The East African.
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