Na Luta Contra a COVID-19, as Vacinas são a Melhor Arma

EQUIPA DA ADF

Em qualquer batalha, é importante conhecer o seu inimigo, reconhecer a sua aparência, o seu armamento e as suas tácticas — para montar uma defesa eficaz. O mesmo serve na luta contra a COVID-19.

Depois de o coronavírus SARS-CoV-2 surgir em Wuhan, China, os pesquisadores do mundo inteiro iniciaram o trabalho de criar armas para lutar contra ele: as vacinas.

“No Africa CDC, nós usamos uma equação simples: vacinas + vacinações = vidas salvas,” Dr. John Nkengasong, director do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, disse ao Devex.

As vacinas fortalecem as defesas naturais do corpo, melhorando as suas habilidades de procurar e destruir os vírus invasores.

As vacinas contra a COVID-19 variam na sua composição. Algumas, como aquelas desenvolvidas pela Pfizer e pela Moderna, utilizam um ARN mensageiro. Outras, como aquelas desenvolvidas pela Johnson & Johnson e pela AstraZeneca, utilizam o DNA.

Em todos os casos, as vacinas ensinam o corpo a identificar e destruir o vírus.

Como é que Funcionam as Vacinas

O corpo humano já possui uma plataforma robusta, internamente concebida, que luta contra as doenças, chamada sistema imunológico. Um exército de células especializadas vasculha constantemente o corpo à procura de invasores. Quando encontram um invasor, elas marcam-no, destroem-no e registam a sua identidade para defender-se contra futuros ataques. É assim que ganhamos a imunidade.

Mas há um problema: o sistema exige que pessoas fiquem doentes e potencialmente propaguem uma doença e possivelmente morram.

As vacinas dão ao corpo uma cópia inofensiva de um vírus para treinar o seu sistema imunológico para a batalha. O resultado é imunidade sem o risco de contágio ou morte. Vacinar pessoas suficientes pode manter a doença à distância numa população inteira, produzindo aquilo que é chamado de imunidade comunitária.

Para a COVID-19, os produtores das vacinas implementaram novas tecnologias: o ARN mensageiro.

Nas vacinas da Pfizer e da Moderna, um filamento do mRNA ensina ao sistema imunológico a identificar e a recordar-se das proteínas do vírus da SARS-CoV-2 — a chave que o vírus utiliza para destrancar as células onde ele se reproduz.

A abordagem do mRNA é de até 95% eficaz para a Pfizer e 94% para a Moderna, entre aqueles que recebem ambas doses das vacinas de duas doses.

De Onde Vêm as Vacinas

Décadas de pesquisa ajudaram os cientistas a desenvolverem as vacinas contra a COVID-19 rapidamente depois do primeiro surto. A Johnson & Johnson, por exemplo, utilizou o mesmo sistema que desenvolveu para a vacina contra o Ébola, para produzir a vacina contra a COVID-19.

“Estamos comprometidos a não poupar esforços, de nenhuma forma, quando se trata de desenvolver uma vacina segura e eficaz,” Dirk Redlich, do departamento de vacinas Janssen, da Johnson & Johnson, disse em Setembro de 2020. Redlich lidera o programa de desenvolvimento de vacinas da Janssen.

Logo que tiveram as potenciais vacinas, os pesquisadores submeteram-nas a uma série de testes para verificar o quão eficazes elas podiam ser contra a COVID-19. As fases iniciais envolveram algumas dezenas de pessoas para verificar se a vacina era segura para identificar potenciais reacções e para descobrir a dose que activa o sistema imunitário.

Ao utilizar a estrutura do Ébola, os pesquisadores da J&J passaram por aquelas fases iniciais de forma rápida.

As vacinas que sobreviveram aos testes iniciais passaram para a fase 3. Para a J&J, esta fase envolveu 60.000 voluntários de três continentes. Uma metade dos sujeitos submetidos ao teste recebeu a vacina e a outra metade recebeu um placebo. Os pesquisadores posteriormente registaram quem teve a COVID-19 e se ele tinha sido vacinado para determinar a eficácia da vacina.

A vacina de dose única da J&J provou ser até 70% eficaz, dependendo da variante. A vacina da AstraZeneca, distribuída pela facilidade internacional COVAX, também é cerca de 70% eficaz contra a COVID-19.

Vacinas + Vacinações = Vida Salvas

À medida que os líderes em saúde pública pressionam para se avançar com as vacinações, enfrentam a desinformação, a falta de entendimento e boatos. Esses factores ameaçam fazer descarrilar a meta do África CDC, de vacinar 60% dos 1,3 bilhões de habitantes do continente, até finais de 2022.

Enquanto as pessoas hesitarem receber as vacinas, estas irão atingir as suas datas de validade e as doses ficam perdidas.

Os líderes em saúde pública dizem que os países devem trabalhar mais para fazer com que os seus cidadãos sejam vacinados, especialmente aqueles que estão em maior risco de morrer pela COVID-19.

“A batalha será enfrentada e vencida ao nível da comunidade,” disse Nkengasong.

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