EQUIPA DA ADF
A polícia da África do Sul desmantelou uma quadrilha de criminosos que procurava distribuir milhares de falsas doses de vacina contra a COVID-19.
A polícia prendeu quatro pessoas — três chineses e um zambiano — num armazém em Germiston, na província de Gauteng. É nesse lugar onde as autoridades encontraram perto de 2.400 doses de vacinas falsas juntamente com um grande número de máscaras de protecção 3M também falsas.
As autoridades chinesas prenderam outras 80 pessoas numa fábrica na China que produzia vacinas falsas. As autoridades descobriram outras 3.000 doses de falsas vacinas naquele lugar.
A apreensão ocorreu cerca de três semanas depois de a África do Sul ter começado as vacinações a nível do país.
O Brigadeiro Vish Naidoo, porta-voz nacional dos Serviços da Polícia da África do Sul, disse que a apreensão demonstrou a sua abordagem multidisciplinar para o policiamento e o poder da cooperação internacional para acabar com a propagação de materiais potencialmente prejudiciais.
O Programa de Bens Ilícitos e Saúde Global da Interpol, a organização internacional da polícia, apoiou na investigação. A Interpol emitiu um alerta global no final de 2020, avisando os agentes da lei para estarem atentos às redes criminosas que tinham como alvo a vacina contra a COVID-19.
“Isto, juntamente com a nossa associação com contrapartes de todos os países-membros da Interpol, está a demonstrar ser muito eficaz, conforme vimos na apreensão de estrangeiros que procuram distribuir vacinas falsas a pessoas inocentes na África do Sul,” disse Naidoo.
Nenhum país africano vende vacinas contra a COVID-19 online. As autoridades descreveram a apreensão feita em Germiston como sendo “a ponta do iceberg” e alertaram que as pessoas que compram vacinas oferecidas online estão a colocar-se em risco.
O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças e a Organização Mundial de Saúde fizeram o lançamento de grandes esforços para aquisição de milhares de doses de vacinas contra a COVID-19 este ano. As primeiras destas vacinas começaram a chegar no continente no final de Janeiro.
Um inquérito feito pelo África CDC descobriu grande adesão à vacina contra a COVID-19 quando a mesma estiver disponível, desde que seja segura e eficaz.
Os países africanos enfrentam um problema crónico ligado à distribuição de medicamentos falsificados. De acordo com uma estimativa, quase 20% de todos os medicamentos são contrafeitos ou não fazem nada para ajudar ou prejudicar as pessoas que os tomam. Na África Subsaariana, anualmente 64.000 a 158.000 pessoas morrem devido a antimaláricos falsificados ou ineficientes, de acordo com um relatório conjunto do Instituto Sul-africano de Estudos de Segurança e da Interpol.
O problema de medicamentos falsificados começou quase que imediatamente após a chegada do coronavírus em África. Em Abril de 2020, cloroquina contrafeita, um possível remédio muito apregoado para a COVID-19, estava a circular nos Camarões, no Chad e na Nigéria. Por volta da mesma altura, a polícia ugandesa apreendeu um pai e sua filha, que estavam a oferecer vacinas de COVID-19 falsas às pessoas, meses antes das verdadeiras vacinas serem publicadas. Os criminosos também tentaram vender testes, máscaras de protecção e desinfectante falsificados.
Para evitar medicamentos falsificados, as autoridades de saúde pública recomendam que se compre apenas em farmácias com boa reputação. Os medicamentos vendidos nos mercados a céu aberto a preços de descontos geralmente são falsos. Eles também apelam as pessoas para prestarem muita atenção para os medicamentos e a sua embalagem: quaisquer defeitos, falta de detalhes como data de validade ou selos violados podem significar que os medicamentos são contrafeitos.