Quénia Facilita Viagens Através de Uma Plataforma Digital

EQUIPA DA ADF

O governo do Quénia fez o lançamento de uma plataforma digital que pode confirmar rapidamente os resultados de testes da COVID-19 de viajantes que entram e saem do país, uma acção que resultou na facilitação das complicações das viagens e na redução das possibilidades de propagação do vírus através das fronteiras.

Conhecida como Trusted Travel, a plataforma baseia-se numa iniciativa do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC). Ela permite que os viajantes carreguem os resultados dos seus testes de COVID-19 online, para a confirmação facilitada feita por funcionários da migração e da saúde em portos muito agitados. Anteriormente, os documentos eram apresentados num papel e podiam facilmente ser forjados.

Quénia e o primeiro país africano a utilizar esta plataforma.

“Enquanto as economias, as escolas e as fronteiras reabrem, África precisa de uma abordagem harmonizada para reduzir o risco de transmissão da COVID-19,” Amira Elfadil Mohammed Elfadil, comissária da União Africana para matérias ligadas à acção social, disse na página da internet do África CDC.

Numa viagem de negócios recente para o Quénia, Antonia Filmer, do Reino Unido, afirmou que a plataforma permitiu que ela levasse a sua bagagem e saísse do Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, em cerca de 15 minutos.

Escrevendo para o The Sunday Guardian, um jornal indiano, Filmer afirmou que chegou com um teste do Reino Unido, negativo para a COVID-19, e preencheu o Formulário Queniano de Vigilância de Saúde dos Viajantes, que oferece aos viajantes um código QR, um tipo de código de barras. As autoridades analisaram o código no aeroporto e mediram a sua temperatura. Nos balcões da imigração, ela apenas apresentou o seu visto e a viagem dela estava em curso.

Nos termos da revisão do regulamento do Quénia, os viajantes que entram no país devem ter um teste negativo de COVID-19 feito no prazo de 96 horas antes da partida e submeter-se a uma quarentena auto-imposta durante uma semana depois da chegada. Um segundo teste deve ser feito sete dias depois da chegada.

De acordo com o África CDC, a plataforma foi desenvolvida utilizando padrões internacionais de cibersegurança e protocolos de protecção de dados. Ela também fornece informação sobre requisitos para viagens nos portos e oferece uma lista de laboratórios aprovados pelo governo para a testagem da COVID-19 em países africanos.

Nenhum laboratório queniano emitirá um certificado de COVID-19 sem que possua os códigos do Trusted Travel, informou o The East African.

“Estamos numa fase crítica da pandemia,” Dr. John Nkengasong, director do África CDC, disse na página da internet do centro. “Enquanto as economias reabrem e as viagens retomam, devemos prestar atenção à prevenção da transmissão, prevenção de mortes e prevenção de danos, através da reabertura cuidadosa e cautelosa das fronteiras. O portal do Trusted Travel é a ferramenta que os Estados-membros precisam de utilizar para ajudá-los a abrir de forma segura.”

Outros países onde se espera começar a utilizar o Trusted Travel na sua primeira fase de adopção são Cabo Verde, Costa do Marfim, Egipto, Etiópia, Gana, Libéria, Marrocos, Namíbia, Ruanda, Senegal, África do Sul, Togo e Uganda, reportou a allafrica.com.

As autoridades divulgaram a plataforma no início de Janeiro, menos de duas semanas antes de os cientistas quenianos terem descoberto uma nova estirpe da COVID-19 no Condado de Taita Taveta, no sudeste do Quénia. Ela é diferente das variantes encontradas na África do Sul e no Reino Unido.

“Parece que o vírus que transporta esta mudança causou um número significativo de infecções em Taita. Não registamos esta variante em nenhum outro lugar do mundo,” Charles Agoti, um pesquisador do Instituto de Pesquisas Médicas do Quénia, disse ao Daily Monitor, do Uganda.

O Quénia espera receber o seu primeiro lote de vacinas da COVID-19 até finais de Fevereiro e pretende vacinar 16 milhões dos seus aproximadamente 53 milhões de habitantes até Junho de 2022, disse o Secretário de Saúde, Mutahi Kagwe, num comunicado.

O país receberá 24 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca, Pfizer e Johnson & Johnson, através da COVAX, o plano de distribuição global, e irá adquirir outros 11 milhões de doses através de outros meios.

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