EQUIPA DA ADF
Numa altura em que os países estão a ver as suas economias destruídas e a prepararem-se para uma recuperação pós-COVID, o Quénia está no meio de uma transformação digital.
É neste país onde se encontra o segundo maior número de centros de tecnologia do continente, depois da África do Sul, e o presidente Uhuru Kenyatta está a apostar o futuro em tecnologias digitais para a criação de empregos e melhoria dos serviços públicos.
A gigante Google está a liderar estes esforços.
Aquela empresa dos Estados Unidos anunciou, a 27 de Janeiro, que está a canalizar 10 milhões de dólares para impulsionar a economia do Quénia e ajudá-la a fazer a transição para uma economia mais baseada na tecnologia.
“Iniciamos a nossa jornada há cerca de duas décadas para tentarmos começar a dar passos para entrar no mundo digital,” disse Kenyatta ao PCA da Google, Sundar Pichai, numa reunião virtual pública. “Vocês têm sido uma parte fundamental desta jornada, uma jornada que capacitou muitos quenianos através do uso da tecnologia e da digitalização para aceder a serviços financeiros, conhecimento e para melhorar as suas capacidades comerciais.”
O pacote de 10 milhões de dólares é distribuído da seguinte forma:
- 5 milhões de dólares para apoiar as empresas startup quenianas da área de tecnologia.
- 3 milhões de dólares em empréstimos para pequenos negócios.
- 2 milhões de dólares para organizações locais sem fins lucrativos da Google.org, o braço de caridade da empresa, para ajudar as comunidades desfavorecidas a recuperarem-se da pandemia.
Em Setembro de 2020, a Google anunciou um conjunto de iniciativas para apoiar empresas, professores e alunos de África.
No encontro virtual de Janeiro, Pichai fez observações sobre os planos para expandir a sua iniciativa Google for Startups Accelerator Africa este ano através de apoio a 100.000 empresas quenianas e 15.000 desenvolvedores. O Quénia é um dos 17 países aceites no programa de três meses em que os participantes podem ter acesso a mentores, produtos e práticas da Google. Vinte empresas quenianas de tecnologia já graduaram.
O PCA também afirmou que a empresa tem planos para formar 29.000 alunos e 1.800 professores na sua plataforma de aprendizagem denominada Google Classroom. A empresa explicou que já formou 2.000 educadores quenianos desde o lançamento da iniciativa, em Setembro de 2020.
“Até 2030, a transformação digital pode proporcionar 74 bilhões de dólares em impacto económico no Quénia através de políticas que possibilitam o uso total de tecnologias digitais,” disse a Google num comunicado.
O presidente Kenyatta destacou a sua ambição de continuar a expandir a penetração da internet e traduzir isso numa economia impulsionada pela tecnologia.
“Neste preciso momento, como resultado da digitalização, tecnologia e penetração da internet, cerca de 95% de todos os quenianos têm acesso a serviços financeiros em comparação com há menos de 20 anos, quando apenas 25% da população tinha uma conta bancária,” disse.
Chamando o seu país de “uma das capitais das empresas startup do continente africano,” Kenyatta afirmou que o país irá alcançar a visão de uma economia digital através da ligação de pequenas e médias empresas (PMEs) com mercados globais em expansão.
“Queremos trabalhar em conjunto, fazendo parcerias com empresas americanas e empresas americanas a fazerem parcerias com PMEs quenianas,” disse. “É aqui onde reside o verdadeiro potencial para o crescimento para que o trabalho de coordenação que temos feito seja realmente impulsionado agora através de oportunidades criadas pelas ligações que podemos estabelecer.”