Elogios a Nível Global pela Resposta do Ruanda à COVID

EQUIPA DA ADF

Enquanto uma outra onda de COVID-19 com novas estirpes se propaga com muita rapidez, os países africanos tiveram graus de sucesso no combate à pandemia.

Um deles destaca-se em relação aos outros.

O Ruanda classificou-se em primeiro lugar em África e em sexto lugar no mundo pela sua gestão da COVID-19, de acordo com um relatório recentemente publicado.

O Instituto Lowy, um grupo de reflexão australiano, publicou o seu “Índice de Desempenho da COVID” no dia 28 de Janeiro, classificando 98 países em relação à forma como os mesmos geriram a pandemia nas 36 semanas depois que registaram o seu 100º caso.

O instituto publicou o índice por volta da altura em que o número global de casos de COVID-19 tinha excedido 100 milhões, com mais de 2 milhões de mortes.

Na sua análise, os autores Herve Lemahieu e Alyssa Leng descobriram que os resultados positivos, em termos gerais, estavam associados à dimensão dos países.

“Em termos de população, dá a impressão de que menos é mais,” escreveram. “Alguns países (aqueles que têm menos de 10 milhões de habitantes) provaram que, em média, são mais ágeis na gestão da crise.”

Com uma população de cerca de 13 milhões de habitantes, o Ruanda teve o registo de 239 mortes e 17.343 casos confirmados desde que a pandemia eclodiu, em Março de 2020, de acordo com as estatísticas divulgadas no 14 de Fevereiro de 2021 pelo Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças.

O relatório também ligou o sucesso da resposta à pandemia a sociedades coesas e instituições de prestação de cuidados de saúde competentes.

Entre os principais factores para o sucesso do país estiveram a imposição de um confinamento obrigatório de seis semanas, pouco depois que o primeiro caso foi descoberto, a reabertura faseada em que os confinamentos obrigatórios locais continuaram onde os casos assim o exigiam, o uso de robots em centros de tratamento para proteger os profissionais do sector de saúde e ainda o uso de câmaras térmicas e robots para fazer o rastreio de visitantes nos aeroportos internacionais.

O Ruanda também destacou milhares de jovens voluntários em todo o país para informar os cidadãos sobre as directrizes e as restrições, enquanto uma rede já existente de milhares de profissionais de saúde rastreava as pessoas a nível da comunidade.

Agnes Binagwaho, uma arquitecta do sistema de saúde do país, que desempenhou as funções de Ministra de Saúde, de 2011 a 2016, disse ao British Medical Journal, em Dezembro de 2020, que o sucesso do Ruanda tem a ver com confiança.

“Quando o governo encerra as fronteiras e manda todos para casa — quando destaca profissionais de saúde para irem às casas das pessoas, robots para os seus centros de tratamentos e drones para os céus — as pessoas devem saber que estas acções não são contra elas, mas para o seu bem,” disse. “Essa é a única forma que fará com que eles se conformem com as directrizes; a exigência do cumprimento apenas leva-nos a um certo ponto.”

No dia em que o Instituto Lowy publicou o relatório, as autoridades do Ruanda anunciaram uma campanha de testes gratuitos para jovens em toda a capital, Kigali, mesmo na altura em que se estava a experimentar uma segunda vaga de casos e se tinha imposto um segundo confinamento obrigatório. Esforços semelhantes em Kigali centraram-se em idosos e outros grupos vulneráveis.

No dia 14 de Fevereiro, a capital fez o lançamento da testagem em massa para residentes assintomáticos e qualquer pessoa que tenha tido contacto com um paciente de COVID-19.

Entre os países africanos, o Togo classificou-se em segundo lugar no “Índice de Desempenho da COVID” e 15º no mundo, seguido da Tunísia (21), Moçambique (26), Malawi (27), Zâmbia (29) e Uganda (30).

Tanzânia e Burundi, juntamente com a China, não foram incluídos na classificação devido à falta de dados públicos sobre a testagem.

Um dos apenas quatro Estados não-insulares nos principais 10, o Ruanda ganhou elogios pela sua resposta durante a pandemia. O Director-Geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aplaudiu esses esforços em Outubro de 2020.

“O Ruanda tem estado a levar a cabo uma resposta que envolve todo o governo para ter o surto de Covid-19 sob controlo, seguindo os fundamentos, desde a testagem e rastreamento de contactos até ao uso abrangente de medidas de saúde pública,” publicou no Twitter.

Comentários estão fechados.