Equipamento Doado Ajuda Esforços de Promoção de Saúde nos Camarões
EQUIPA DA ADF
Os Camarões receberam uma doação dos EUA de equipamento para ajudar a lutar contra a COVID-19, quando o país experimentava um aumento acentuado do número de infecções, no mês de Dezembro último.
O equipamento inclui 200 kits de prevenção de infecções, como equipamento de protecção individual e desinfectante para as mãos, para ajudar a manter seguros os funcionários do sector de saúde.
Outro equipamento doado irá ajudar a rastrear e a educar as pessoas sobre diversas doenças, incluindo a malária. Estes itens incluem 300 computadores do tipo tablet, para apoiar na colecta de dados, comunicação e análises nas comunidades e nos centros de saúde; 200 bicicletas para que os funcionários da saúde possam alcançar as comunidades; e 18 microscópios para reforçar os testes laboratoriais.
Os itens foram entregues numa altura em que há relatórios que indicam um aumento no número de crianças em idade escolar a ser infectadas durante a segunda vaga da COVID-19.
“Quase dez meses de luta contra a pandemia, e já atingimos a marca de 25.000 casos positivos e resultados encorajadores com a taxa de recuperação de 95%,” Dr. Georges Alain Etoundi Mballa, director de controlo de doenças no Ministério de Saúde Pública, disse numa reportagem do Journal du Cameroun. “Contudo, novos ambientes propícios para contaminações foram identificados em escolas nas regiões do Litoral e do Oeste.”
Etoundi Mballa criticou as pessoas por não praticarem o distanciamento social nem usarem máscaras em locais públicos.
“O aumento de número de casos nas semanas passadas é prova de que a COVID-19 está longe de acabar,” disse. “Esta situação deplorável é explicada pelo facto de existirem mais e mais interacções sociais à medida que o final do ano se aproxima.”
As autoridades de saúde pública afirmam que muitas pessoas ainda precisam de ser sensibilizadas em relação ao vírus. Em Setembro, uma reportagem da televisão Deutsche Welle (DW) mostrou um grande número de pessoas aglomeradas nas ruas de Yaoundé, sem máscaras faciais. Seis meses depois do primeiro caso de COVID-19 ter sido registado nos Camarões, muitos residentes recusaram-se a acreditar que o vírus era real.
“Existem casos de coronavírus nos Camarões, mas na realidade não vemos nenhuma prova desses casos,” Ngamani Marcel, um comerciante, disse à DW. “Na Europa, quando se ouve falar sobre a pandemia, fala-se de centenas de pessoas mortas pelo vírus. Nos Camarões, não vemos isso.”
Um outro comerciante foi visto a recusar a oferta de um médico que lhe queria fazer um teste gratuito de COVID-19, enquanto outros funcionários do sector de saúde caminhavam pela cidade trajados de roupa de protecção e máscaras faciais para informar os residentes sobre o vírus.
“Um dos principais desafios é de termos de testar o maior número possível de pessoas porque elas têm receio de fazer o teste,” uma funcionária da saúde, Irene Dgeadeau, disse à DW. “Dizem que fazemos parte de um culto secreto e trazemos a doença para eles. Informar as pessoas sobre esta pandemia é um grande desafio.”
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