EQUIPA DA ADF
Quando os gafanhotos se alastraram para a África Oriental, em Fevereiro de 2020, o Uganda destacou 2.000 soldados para lutarem contra a peste.
As tropas do Uganda utilizaram pesticidas em terra enquanto as autoridades procuravam garantir helicópteros para pulverização aérea. Contudo, o Maj. Gen. Sam Kavuma, comandante-adjunto das forças terrestres nas Forças de Defesa Popular do Uganda, disse que os gafanhotos podem escapar de tais esforços.
“Um desafio, que está a ser resolvido, é apoio aéreo para os pulverizar”, disse Kavuma à Voz da América. “Nós lidamos muito com aqueles que estão em terra. E quando os matamos, ou durante a pulverização, eles saltam e vão para o topo das árvores onde as nossas bombas não conseguem alcançar”.
O Uganda é uma das oito nações da África Oriental que enfrenta a redução de rendimento agrícola causada pelas infestações de gafanhotos. Os outros países são Djibouti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão do Sul e Tanzânia.
Etiópia, Quénia e Somália foram os mais atingidos pela peste que devora a colheita.
Em Abril, outra praga de gafanhotos — mais jovem e mais agressiva — tinha atingido a África Oriental. As Nações Unidas estimaram que uma segunda praga pode ser 20 vezes maior do que a primeira e pode tornar-se 400 vezes maior no início da época chuvosa em Junho, altura do início da colheita.
Em meio a infestação, organizações de ajuda esforçaram-se para garantir que produtos alimentares suficientes fossem distribuídos nas zonas rurais.
“Em alguns países onde estas políticas ou onde estas medidas estão a começar a ser tidas em conta, já houve limitações de acesso humanitário”, Steven Burak da ACTED, um grupo de ajuda humanitária, disse à Voz da América.
“Esta é a tempestade perfeita”, salientou. “O que vemos, à medida que estas chuvas longas estão para começar nos próximos meses em todo o Corno de África, é que este é o tempo ideal para haver um aumento dos gafanhotos do deserto. Agora, enquanto o aumento ocorre, também temos as colheitas. Então, no momento em que as colheitas estão a ser preparadas, veremos que elas ficarão muito afectadas pelo número de gafanhotos num enxame nessa altura”.
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