O General Adem Mohammed, chefe do Estado-Maior das Força de Defesa Nacional da Etiópia, falou durante a cerimónia de abertura das Cimeira das Forças Terrestres Africanas, uma cimeira co-organizada pelo Exército Africano dos Estados Unidos, em Adis Abeba, no dia 18 de Fevereiro de 2020. O seu discurso foi editado para se adequar a este formato.
África é hoje uma região de importância estratégica. Os superpoderes globais militares estão a expandir a sua presença no continente. Terrorismo, grupos extremistas, traficantes, piratas, agentes do crime organizado e outros actores não tradicionais de segurança procuram estabelecer uma base e são um desafio ao nosso ambiente de segurança.
As ameaças complexas são diversas e não têm limites. Elas atravessam fronteiras e põem em risco a segurança regional e internacional. A complicar estas dinâmicas estão as mudanças climáticas e os anseios de todos os povos por justiça económica e social.
Estes desafios requerem cooperação militar bilateral e multilateral, uma compreensão do ambiente de segurança e uma confiança entre líderes militares.
O envolvimento de líderes seniores é importante no desenvolvimento e na manutenção da confiança entre os países. Tal como disse o Primeiro-Ministro etíope, Dr. Abiy Ahmed, enquanto aceitava o seu Prémio Nobel da Paz, em 2019, é um ditado partilhado entre muitas línguas africanas, “Para que você tenha uma noite tranquila, o seu vizinho também deve ter uma noite tranquila.”
O tema desta cimeira é “A segurança do amanhã exige liderança de hoje”. A Cimeira das Forças Terrestres Africanas traz líderes de todo o continente para discutir questões de interesse comum e utilizar uma abordagem colaborativa para confrontar questões de segurança regionais e continentais. Esta cimeira é uma oportunidade para que os líderes militares explorem a importância de desenvolverem as instituições de defesa do amanhã para treinar profissionais e líderes militares responsáveis.
Espero que a nossa discussão destaque a importância de esforços colectivos de modo a alcançarmos o nosso objectivo comum de um continente africano seguro, estável e próspero. É necessário poucos para fazer a guerra, mas é necessário que haja uma aldeia e uma comunidade de nações para edificar a paz. Sendo assim, é importante que os países africanos trabalhem juntos na manutenção da paz continental. As ameaças à segurança não têm fronteiras e nenhum país devia lutar sozinho contra as ameaças não tradicionais contra a segurança.
Os desafios da segurança do continente africano não podem ser abordados apenas com recurso a um poder forte ou militar. Os governos devem criar sinergias, convergência e trabalho de equipa no domínio do desenvolvimento económico e de segurança para o benefício do povo africano.
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