EQUIPA DA ADF
Quando as taxas de infecção pela COVID-19 baixaram recentemente na África do Sul, o Presidente Cyril Ramaphosa relaxou as medidas de confinamento obrigatório, abrindo as fronteiras do país, permitindo o aumento de participações em aglomerados sociais e encurtando o recolher obrigatório nacional.
A decisão para o relaxamento das restrições do confinamento obrigatório foi baseada em conversas que manteve com oficiais dos governos provinciais e locais, líderes tradicionais e ainda com cientistas, disse Ramaphosa, num comunicado transmitido pela televisão.
“Resistimos à tempestade do coronavírus,” disse Ramaphosa. “Agora é altura de devolver o nosso país, o seu povo e a nossa economia a uma situação que é mais normal, que mais se parece com as vidas que vivíamos há seis meses. É altura de passarmos para aquilo que se tornará o que chamamos de ‘o nosso novo normal’ pelo tempo que o coronavírus estiver connosco.”
De acordo com as novas regras, os viajantes internacionais que não tiverem um teste de COVID-19 válido, serão colocados em quarentena até que apresentem um teste negativo. Os viajantes internacionais têm a permissão de utilizar apenas os postos fronteiriços terrestres, que estavam operacionais durante o confinamento obrigatório, ou um dos três principais aeroportos do país: King Shaka International, O. R. Tambo International ou Cape Town International.
A participação em aglomerações sociais, políticas, religiosas e de outros tipos é permitida até um máximo de 250 pessoas para eventos em locais fechados e 500 para eventos em locais abertos. O novo recolher obrigatório nacional começa às zero horas e termina às 4 horas da manhã, uma redução de duas horas. As restrições de participação em eventos desportivos continuam em vigor.
Em comparação com o resto do mundo, os casos de COVID-19 são relativamente baixos em toda a África, mas a África do Sul registou o quinto mais elevado número de infecções ainda em Julho. A preocupação de alguns é de que uma segunda vaga de COVID-19 atinja o país, assim como aconteceu na Europa e noutras regiões.
Em inícios de Outubro, a África do Sul representava cerca de 45% dos 1,5 milhões de casos confirmados no continente.
Um estudo recente feito pela Universidade de Witwatersrand, da África do Sul, também conhecida por Wits, determinou que a COVID-19 pode começar a seguir um ciclo sazonal como a gripe.
“Na África do Sul já passamos o nosso primeiro pico, agora a grande pergunta é, será que teremos um segundo pico, e se sim, quando acontecerá,” Bob Scholes, do Instituto para a Mudança Global da Wits, disse à Independent Online (IOL), uma agência sul-africana de notícias.
Através de estudos de doenças semelhantes, tais como a gripe, os pesquisadores da Wits acreditam que o vírus terá um maior impacto durante o inverno, que, para a África do Sul, vai dos finais de Julho aos finais de Setembro.
A COVID-19 não gosta de muita [humidade], basicamente cai do ar e também não gosta de temperaturas elevadas, porque possui uma membrana pequena e frágil,” disse Scholes. Ele acrescentou que a propagação do vírus em temperaturas mais baixas é facilitada quando os humanos passam mais tempo dentro de casa e próximos um do outro.