Acordo Visa Fortalecer a Cooperação Militar EUA-Marrocos

EQUIPA DA ADF

O Marrocos e os EUA assinaram um acordo de 10 anos que irá dar suporte aos objectivos militares comuns dos dois países.

O acordo “serve como um roteiro para a cooperação na área da defesa e visa fortalecer a parceria estratégica entre os dois países e dar suporte aos objectivos comuns de segurança,” refere um comunicado das Forças Armadas Reais Marroquinas.

O mesmo acordo também visa melhorar a prontidão militar do Marrocos à medida que o reino combate o terrorismo, gere crises migratórias e promove a estabilidade nas regiões do Sahel e do Mediterrâneo, de acordo com a Agence Marocaine de Presse (MAP), a agência estatal de notícias do Marrocos.

Os dois países chegaram a um acordo, no início de Outubro, quando o Secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, visitou aquele reino do Norte de África. Ele manteve encontros com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Nasser Bourita, com o Vice-Ministro da Defesa Nacional, Abdeltif Loudiyi, e ainda com o General Abdelfettah Louarak, inspector-geral das Forças Armadas Reais Marroquinas.

“Os nossos dois países estão a trabalhar, mais próximos do que nunca, para responder aos desafios de um ambiente de segurança cada vez mais complexo: desde a luta contra o terrorismo até a outras ameaças transnacionais, segurança regional e outros desafios estratégicos globais,” disse Esper.

Esper acrescentou que os EUA procuram “consolidar continuamente o seu forte e duradoiro compromisso para com a África e especialmente para com o Marrocos, um aliado estratégico dos Estados Unidos, fora da NATO, e um portal para o continente africano.”

O acordo também destacou a importância do Leão Africano, um exercício militar anual conjunto que reúne participantes de toda a África.

“[Tem sido] um evento fundamental de exercícios e formação por muitos e muitos anos,” disse Esper.

Os dois países alcançaram o acordo alguns meses depois de o Rei Mohammed VI, do Marrocos, ter aprovado os projectos de lei de desenvolvimento militar.

Um projecto de lei tem a ver com um projecto de cibersegurança que irá salvaguardar a infra-estrutura tecnológica do Marrocos, incluindo a segurança de sistemas de informação relacionados com a administração do país, autoridades territoriais, instituições públicas, empresas e operadores de telecomunicações, de acordo com a MAP. Um outro projecto de lei irá regular o fabrico, comércio, importação, exportação, transporte e trânsito de materiais e equipamentos de segurança, armas e materiais de munições.

O Marrocos também aumentou o seu orçamento da defesa em 29% no ano de 2020.

“As Forças Armadas Reais irão focalizar-se em programas de pesquisa científica, técnica e de engenharia, e trabalhar para fortalecê-los e desenvolvê-los em todos os campos militares e de segurança, a nível de África e a nível internacional, de modo a trocar experiências e estar a par do rápido desenvolvimento nas áreas de defesa e segurança,” disse o Rei Mohammed, num discurso à nação, em 2019.

Os EUA são o maior parceiro do sector de defesa do Marrocos. O acordo do Marrocos com os EUA, em 2019, visava a venda de 25 aeronaves F-16 e equipamento relacionado, no valor de 3,8 bilhões de dólares, e a actualização da actual frota de aviões de caças F-16, do Marrocos, a um custo de 985 milhões de dólares,” reportou o Morocco World News.

O Marrocos emergiu como um parceiro significativo em esforços de estabilização regional. As Nações Unidas agradeceram ao Marrocos, em Setembro, por intermediar o diálogo para o cessar-fogo na Líbia, de acordo com o Morocco World News.Oficiais dos EUA, Espanha e Polónia também reconheceram os esforços do Marrocos na busca pela paz na Líbia.

O Marrocos e os EUA são aliados há mais de 240 anos. Aquele país africano recebe navios americanos em seus portos desde 1777 e reconheceu oficialmente os EUA através da assinatura de um tratado de paz, em 1786, um documento que comprova que este é o relacionamento permanente mais longo na história dos EUA.

“Em muitos aspectos, [Marrocos] é o primeiro país amigo dos Estados Unidos,” disse Esper.

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